Dois dias depois de o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) proferir discurso debochando de mulheres trans, cinco partidos protocolaram pedido de cassação do parlamentar mineiro. A solicitação com a acusação de quebra de decoro foi entregue ao presidente da Câmara dos Deputados, Artur Lira (PP-AL) e ao Conselho de Ética por PSOL, PT, PDT, PCdoB e PSB. As legendas consideram que o discurso de Nikolas Ferreira “é extremamente grave e atenta contra a ordem jurídica e social fixada pela Constituição Federal”, além de ferir “o disposto em diversos tratados e acordos internacionais que o país se comprometeu a observar.”
Em sessão pelo Dia Internacional das Mulheres, Nikolas Ferreira usou uma peruca loura, se apresentou como deputada Nikole e defendeu que as mulheres trâns “estão querendo colocar a imposição de uma realidade que não é a a realidade”. No mesmo ato, a deputada Tábata Amaral (PSB-PE) chamou o deputado de “moleque” e anunciou que iria cobrar a perda de mandato do deputado do PL-MG. Desde 2019, a transfobia foi equiparada ao crime de racismo no país e passou a ser tratada como crime hediondo.
As falas de Nikolas Ferreira encontraram apoio dentro do PL, como o filho 04 do ex-presidente Jair Bolsonaro, Jair Renan, e o presidente do partido, Valdemar Costa Neto. Entre os críticos, o presidente da Casa condenou o gesto. “O Plenário da Câmara dos Deputados não é palco para exibicionismo e muito menos discursos preconceituosos“, disse Arthur Lira, nas redes sociais.
O pronunciamento no legislativo não foi a única polêmica da semana. Nesta sexta-feira (1o), o deputado bolsonarista discutiu com a ex-BBB Ana Paula Renault. “E o decoro? E a cassação? E seus outros processos? Você expôs uma menina de 14 anos, estudante de um colégio de Belo Horizonte”, afirmou ela. “Você é mentirosa. Processa o que você quiser. Está passando vergonha. Ninguém perguntou a sua opinião”, rebateu o parlamentar. Com informações da Agência Brasil