De acordo com estimativas do Ministério da Saúde, cerca de 30% da população brasileira adulta sofre de hipertensão arterial. Embora seja uma doença hereditária, os hábitos de vida também são fatores de risco para o seu desenvolvimento. A obesidade e o sedentarismo são os principais fatores de risco para a hipertensão, sendo que 70% dos homens e 61% das mulheres que sofrem de pressão alta são obesos. “A obesidade visceral ou abdominal é a de maior risco para as doenças cardiovasculares, como a hipertensão”, afirma o cirurgião bariátrico Adriano Rios, diretor do NTCO (Núcleo de Tratamento e Cirurgia da Obesidade).
Vários estudos comprovam que hipertensos e obesos conseguem controlar a pressão quando são submetidos à cirurgia bariátrica. De acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM), o tratamento cirúrgico da obesidade resulta na remissão da pressão alta em mais de 60% dos casos. “A perda de peso e a manutenção do peso saudável ajudam a prevenir várias comorbidades associadas à obesidade e ao sobrepeso, como a hipertensão e a diabetes”, explica Adriano Rios. “Quando a hipertensão é associada ao excesso de peso, os riscos são maiores, o controle do peso é fundamental para o controle da pressão”, adverte o especialista. O tratamento cirúrgico da obesidade é recomendado em casos específicos, quando o grau de obesidade ou de doenças associadas com risco de morbidade torna a cirurgia uma alternativa mais eficaz e resoluta. A cirurgia bariátrica promove a mudança de hábitos e a qualidade de vida do paciente com o objetivo de fazê-lo ter uma vida mais saudável e longa.
Considerada uma doença crônica e multifatorial, a hipertensão ou pressão alta consiste no aumento da pressão feito pelo sangue contra as paredes das artérias. A pressão alta é um “inimigo silencioso”, pois, geralmente, não apresenta sinais. Quando surgem sintomas, como dor de cabeça, tontura, zumbido, falta de ar, visão embaçada e dores no peito, a doença já pode estar num estágio mais avançado. Para prevenção da doença, o médico Adriano Rios recomenda: “controle de peso, atividade física, redução do consumo de sal, controle do estresse e consultas anuais ao médico para os exames de rotina”. Quando não é controlada, a hipertensão pode desencadear complicações sérias como insuficiência cardíaca, AVC (Acidente Vascular Cerebral), insuficiência renal crônica, aneurisma e infarto agudo do miocárdio, podendo levar à morte.
Além do caráter hereditário e da obesidade, fatores como tabagismo, sedentarismo, estresse e consumo excessivo de sódio (sal) também podem aumentar o risco de desenvolvimento da hipertensão.