Com o progresso do tratamento, a infecção pelo HIV/AIDS passou a ser considerada doença crônica

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Com a evolução dos tratamentos, a infecção pelo HIV/AIDS deixou de ser uma sentença de morte, passando à condição crônica manejável, mas continua desafiando a sociedade¹. Ainda são necessárias campanhas de conscientização para alertar sobre a importância da prevenção, do diagnóstico e do tratamento precoces2. No Brasil, há provavelmente 900 mil pessoas vivendo com HIV, segundo o Relatório de Monitoramento Clínico do Ministério da Saúde de 20193 – no estado da Bahia, são 38.884 casos de infecção pelo vírus4.

Embora o Brasil tenha reduzido o número de óbitos relacionados à doença, que caiu 22,8% – de 12,5 mil, em 2014, para 10,9 mil em 2018 – a infecção pelo HIV tem crescido entre os jovens. A maioria dos casos no país é registrada entre os meninos/homens faixa etária de 15 a 34 anos 5.

Na Bahia, o percentual da mortalidade caiu 6% entre 2008 e 2018e os adultos jovens também figuram com índices altos de infecção pelo vírus – entre 2014 e 2019, a taxa de detecção do HIV entre as pessoas de 20 a 39 anos aumentou 35%, com alta de 57% em 2018, ano com maior número de casos notificados no período – os homens também são maioria e somente no ano passado, eram 68% dos diagnosticados4.

Outro dado preocupante é o aumento dos casos de HIV/AIDS em idosos5. Em determinados locais no mundo, estima-se que em 2030, 70% da população com HIV será composta de pessoas acima de 50 anos6. Na Bahia, entre 2014 a 2019, foram notificados 3570 casos em pessoas com mais de 50 anos e, mais uma vez, os homens são maioria – 59,5%4.

Inúmeros fatores contribuem para o aumento do número de jovens e idosos com HIV, sendo o principal deles o não uso de preservativo durante as relações sexuais1. No caso da terceira idade, podemos adicionar o fato de hoje ter uma maior oferta de medicamentos contra a disfunção erétil, o que ajudou a prolongar a vida sexual7.

Por outro lado, a testagem ainda é um tabu: estima-se que existam 134 mil brasileiros vivendo com o vírus sem saber3. Além do risco de contaminar outras pessoas o desconhecimento sobre sua condição sorológica, pode privar o indivíduo do início precoce do tratamento antirretroviral8.

O diagnóstico da infecção pelo HIV é feito a partir da coleta de sangue ou por fluido oral. No Brasil, há exames laboratoriais e os testes rápidos, que detectam os anticorpos contra o HIV em cerca de 30 minutos. Esses testes são realizados gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), nas unidades da rede pública e nos Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA) e alguns testes rápidos podem ser encontrados a venda nas farmácias9. (Correios)

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