Na mesma semana, o soteropolitano viveu dois reajustes diretos no transporte público. A tarifa dos ônibus urbanos passou a custar R$ 4,40 (reajuste de 4,76%) e o metrô agora tem passagem no valor de R$ 4,10 (reajuste de 5,1%). Para o economista George Wander, isso impacta diretamente no bolso dos usuários destes transportes.
“Fazendo uma conta rápida, o trabalhador que pega quatro ônibus por dia gasta R$ 352. Ou seja, 1/3 de um salário mínimo. Isso é um peso enorme na conta de qualquer trabalhador. Quanto mais baixa a renda, maior é o percentual que é gasto no transporte”, disse ao Metro1.
Segundo o economista, embora pese no orçamento do cidadão, o reajuste é necessário para manter a rentabilidade do contrato entre as concessionárias e o poder público. Ele afirma que há algumas alternativas para reduzir esse custo, a exemplo da integração entre modais, mas reforça que um investimento na qualidade do transporte público pode contribuir para tarifas mais justas.
“O que algumas pessoas poderiam fazer é usar a bicicleta, é caminhar, ou tentar mudar um pouco a rota de trabalho para fazer as conexões, usar outros modais. O outro lado disso aí é como reduzir os custos do transporte. A gente poderia aceitar que, se o transporte público fosse de qualidade, as pessoas que usam carro regularmente deixariam os carros em casa, usariam o transporte público, e isso reduziria o custo. Há também temas como subsídio ao transporte para pessoas de baixa renda, como acontece em São Paulo e no Distrito Federal. Mas aí, novamente, o subsídio significa tirar dinheiro de algum outro lugar. O tema é complicado e o reflexo mais forte acontece nos trabalhadores”, explicou. (Metopoles)