A Coreia do Norte disparou o que parece ser um míssil balístico de longo alcance da área de Pyongyang para as águas ao largo de sua costa leste, disse o Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul nesta quarta-feira (12), em horário local.
A Guarda Costeira do Japão explicou que o míssil foi lançado às 9h59, horário local, e deve cair no Mar do Japão, também conhecido como Mar do Leste, por volta das 11h13.
O lançamento ocorre depois que Pyongyang, no início desta semana, ameaçou abater aviões militares de reconhecimento dos Estados Unidos que sobrevoam as águas próximas no Mar do Leste.
Kim Yo Jong, uma importante autoridade norte-coreana e irmã do líder norte-coreano Kim Jong Un, acusou um avião espião dos EUA de entrar na zona econômica exclusiva do país por pelo menos oito vezes na segunda-feira (10), de acordo com um comunicado divulgado nesta terça-feira (11) pela agência de notícias estatal KCNA.
“Em caso de intrusão ilegal repetida, as forças dos EUA enfrentarão um voo muito crítico”, alertou Kim no comunicado.
O lançamento do míssil e a retórica inflamada, embora não sejam incomuns para Pyongyang, ocorrem em meio ao aumento das tensões.
Washington e Seul intensificam sua cooperação em defesa e os líderes da Coreia do Sul, Japão e Estados Unidos estão na Lituânia para uma cúpula da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), onde a Coreia do Norte foi assunto.
Um comunicado da reunião da Otan na terça-feira instou a Coreia do Norte a abandonar seus programas de mísseis balísticos e armas nucleares, que violam as resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas.
“Pedimos (à Coreia do Norte) que aceite as repetidas ofertas de diálogo apresentadas por todas as partes envolvidas, incluindo Japão, Estados Unidos e República da Coreia”, disse o comunicado.
Mas os norte-coreanos não deram sinais de que estão dispostos a negociar com Washington ou Seul.
“A declaração belicosa de Kim Yo Jong contra as aeronaves de vigilância dos EUA faz parte de um padrão norte-coreano de aumentar as ameaças externas para reunir apoio doméstico e justificar testes de armas”, citou Leif-Eric Easley, professor associado de estudos internacionais na Universidade Ewha Womans de Seul.
“Pyongyang também usa suas demonstrações de força para interromper o que percebe como coordenação diplomática contra ele, neste caso, os líderes da Coréia do Sul e do Japão reunidos durante a cúpula da Otan”, declarou Easley.
No mês passado, dezenas de milhares de norte-coreanos marcharam em manifestações anti-EUA em Pyongyang, marcando o 73º aniversário do início da Guerra da Coreia.
Os participantes denunciaram os EUA como “destruidor da paz e estabilidade da Península Coreana” e alertaram para uma guerra nuclear, segundo a KCNA.
Enquanto isso, a Coreia do Sul, os Estados Unidos e o Japão realizam exercícios militares conjuntos e trilaterais com o objetivo de dissuadir qualquer ameaça militar da Coreia do Norte.
(CNN)