Corpo de Bombeiros registrou 65 incêndios em vegetação no mês de janeiro deste ano

Entre os meses de setembro a fevereiro a incidência de incêndios na vegetação foi muito maior por conta das altas temperaturas e diminuição da umidade do ar. De acordo com o tenente Lucas do 2º GBM (Grupamento de Bombeiros Militar), esses fatores são propícios para combustão gerando as queimadas na vegetação.

“Para que possamos ter uma ideia, em janeiro de 2020, tivemos 16 incêndios em vegetação. Entre os meses de setembro a fevereiro, a incidência de desses incêndios em vegetação é maior, devido a elevação da temperatura e diminuição da umidade do ar e isso faz com que a vegetação seca se torne um campo propício para a combustão e queima, propagando o fogo. Comparado ao ano passado, neste mesmo período de janeiro, tivemos 65 incêndios, pois a temperatura elevada, aliada a ação humana, propicia um aumento grande de incêndios dessa natureza”, destacou.

Os incêndios na vegetação podem acontecer de forma intencional ou acidental. Para o tenente do 2º GBM, uma simples ponta de cigarro jogada à margem da rodovia em uma vegetação seca, pode provocar um grande incêndio.

“Uma pessoa que passa de carro pela rodovia e atira uma bituca de cigarro na vegetação seca vai causar um grande incêndio porque o fogo se propaga com muita facilidade, haja vista que a vegetação seca é uma bom combustível. Isso já não ocorre com tanta frequência entre os meses de março a agosto, pois a temperatura é mais baixa e incidência de chuva é maior, então com a vegetação verde, mesmo que jogue uma bituca de cigarro, ou um fósforo, não terá tantos danos, caso venha pegar fogo, será naquele ponto que foi ateado o fogo, mas se fosse na vegetação seca, além do vento que facilita essa propagação, as fagulhas se expandem criando outros focos de incêndio”, declarou.

É comum observar que muitas pessoas ateiam fogo em terrenos como forma de “destruir” lixos. Segundo o Tenente Lucas, esta ação pode prejudicar a saúde do ser humano, sem ao menos perceber o que está fazendo.

“Existe um perigo muito maior onde necessariamente os olhos não conseguem ver, pois só enxergamos onde tem incêndio na vegetação, pois isso é visível. Mas outros prejuízos aliados a esta queimada, é a perda da biodiversidade, como os organismos vivos que habitam naquele local ao exemplo dos pássaros, répteis e todos aqueles que se perdem quando um incêndio atinge aquela região, ou seja, o habitat desses animais. Além desses fatores, existe a perda humana direta ou indiretamente, quando alguém envolto dessas chamas perde a vida e quando alguém possui problemas respiratórios por exemplo, principalmente nessa época do ano, período seco e a incidência de problemas respiratórios são maiores. Quando alguém inala a fumaça, a capacidade pulmonar é reduzida e as consequências para estas pessoas podem ser maiores”, explicou.

Para realizar algum tipo de queimada, é necessário que se tenha autorização dos órgãos ambientais. De acordo com o tenente do 2º GBM, é preciso que se tenha um preparo para evitar que o fogo possa se propagar.

“As queimadas acontecem de forma intencional com um objetivo, mas é preciso ter autorização dos órgãos ambientais competentes para ter todo preparo, evitando que a queimada saia do controle. Se vai fazer um plantio, prepara-se a terra, faz a queimada e precisa ter o aceiro para evitar que o fogo fuja das proporções, embora pode acontecer de alguma fagulha voar para outras áreas, mas com todo controle, esse fogo poderá ser apagado”, disse ao Acorda Cidade.

Denúncias

Em caso de incêndio, é necessário que de forma imediata entre em contato com a central 193 do Corpo de Bombeiros, solicitando a equipe até o local. Além desse primeiro passo, o tenente Lucas afirmou que é necessário evacuar do local, com o objetivo de não inalar fumaça tóxica.

“Se a pessoa presenciar um incêndio, precisa entrar em contato com 193, pois iremos realizar a nossa ação de combate ao incêndio. Atrelado a isso, precisamos da conscientização das pessoas. Se tenho um lixo no meu quintal e quero me livrar dele, o incêndio pode provocar grandes proporções e fugir do controle, então é necessário ter essa consciência. Ressaltamos também que as pessoas que estejam em residências próximas ao incêndio, possam se deslocar para um local mais distante para não inalar a fumaça que é tóxica, traz problemas diretos e indiretos, imediatos ou futuros. E aqui posso trazer um exemplo, estas pessoas que contraíram o covid-19, são pessoas com a capacidade pulmonar bastante reduzida e não podem de forma alguma inalar fumaça, assim como ninguém pode, mas estas estão no grupo de risco maior, então se faz necessário sair da linha de frente desse incêndio, realizando essa ação de proteção”, finalizou. (Acorda Cidade)

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