CPI aprova quebra de sigilo bancário de Tatá Werneck, Cauã Reymond e donos da 123 Milhas

A defesa acrescentou ainda que tomará todas as medidas judiciais cabíveis.

(Reprodução/Instagram)

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga pirâmides financeiras que usam criptomoedas como isca aprovou na tarde da quarta-feira (23) a quebra do sigilo bancário dos atores Tatá Werneck e Cauã Reymond, além do apresentador Marcelo Tas.

Os três haviam sido convocados na CPI para prestar esclarecimentos sobre propagandas feitas para a Atlas Quantum, uma pirâmide que gerou prejuízo de R$ 7 bilhões, mas não foram. Tatá e Reymond foram dispensados após conseguirem um habeas corpus no Supremo Tribunal Federal (STF).

Na semana passada, o deputado federal Áureo Ribeiro (Solidariedade-RJ), que preside a CPI, disse que não mediria esforços e quebraria “os sigilos de quem quer que seja para dar uma resposta a todas essas 200 mil famílias”.

Em nota, os advogados Maíra Fernandes, Guilherme Furniel e Ricardo Brajterman, que defendem Tatá, disseram que receberam com profunda indignação a ordem de quebra de sigilo. A atriz, segundo eles, não praticou crime algum, e apenas participou de campanha publicitária cinco anos atrás, quando a Atlas Quantum era considerada sólida em seu mercado.

“Como artista, ela jamais poderia prever que a empresa se envolveria em fraudes anos depois. Admitir que os artistas sejam punidos por possíveis erros futuros de empresas para as quais tenham feito propaganda – e pelas quais sequer continuem contratados – significaria o fim da publicidade no Brasil. Ela jamais foi sócia, investidora ou participou dos lucros da empresa, motivo pelo qual considera a quebra de sigilo absurda e totalmente descabida para o que se pretende investigar na CPI”.

A defesa acrescentou ainda que tomará todas as medidas judiciais cabíveis.

123 Milhas

Os parlamentares também autorizaram a convocação, na condição de testemunhas, dos empresários Ramiro Júlio Soares Madureira e Augusto Júlio Soares Madureira, donos da 123 Milhas, bem como a quebra do sigilo bancário da empresa e dos dois sócios.

A agência de viagens entrou na mira da CPI porque, no final da semana passada, anunciou a suspensão da venda e da emissão de novas passagens da sua linha promocional. A medida afetou milhares de brasileiros que compraram pacotes para os meses de setembro a dezembro deste ano.

“Com base nas informações disponíveis até o momento e na necessidade de esclarecer os fatos, é imperiosa a quebra de sigilo bancário e fiscal da empresa 123 Milhas, bem como de seus sócios e administradores, a fim de que seja possível analisar detalhadamente as transações financeiras realizadas nos últimos meses”, disse o deputado federal Ricardo Silva (PSD-SP), relator da CPI.

No total, a CPI aprovou 26 requerimentos na sessão de ontem, entre convocações de testemunhas, investigados e convidados, além de pedidos de quebra de sigilo bancário. (Infomoney)

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