Crenças antibíblicas são a base da cultura do cancelamento, uma prática que se encaixa no que Jesus prenunciou sobre o fim dos tempos no Sermão da Montanha, afirmou o pastor e escritor David Jeremiah.
O pastor abordou a cultura do cancelamento em um sermão, afirmando que o objetivo de punir e condenar ao ostracismo as pessoas que não se encaixam no politicamente correto se opõe à mensagem de Jesus.
Jeremiah é pastor da igreja Shadow Mountain Community, na cidade de El Cajon, Califórnia (EUA). No sermão, ele recapitulou que os mandamentos de Jesus sobre amar a Deus e ao próximo é o principal valor bíblico transgredido pela impiedosa prática secular.
“A cultura do cancelamento tem como foco o julgamento, a acusação e a punição. E o objetivo daqueles que cancelam os outros é transmitir seus pecados de coluna em coluna, e nunca permitir que sejam removidos ou esquecidos. O objetivo de Cristo, por outro lado, é o amor, a misericórdia e a graça”, pregou o pastor.
Jesus “passou muito tempo em Seus dias com pessoas que haviam sido canceladas, por assim dizer”, disse Jeremiah, mencionando a mulher samaritana e os leprosos.
“Seria bom pensar que a cultura do cancelamento é uma fase temporária pela qual nosso mundo está passando. Mas a sociedade está se tornando mais intolerante e polarizada a cada dia. E não tenho certeza se veremos uma reversão de todas essas tendências. Os elementos mais insidiosos da cultura do cancelamento são uma forma maligna de maldade e autoimportância comuns à natureza humana”, conceituou o pastor.
Sermão da Montanha
“O que estamos vendo hoje me lembra o que Jesus descreveu em Mateus 24. Antecipando esta grande tribulação, Jesus predisse uma série de sinais que indicarão o fim da história. […] Existem vários termos nesses versos que representam o ethos da cultura do cancelamento”, disse ele, definindo essa prática como uma “cultura de desdém”.
Aprofundando a reflexão sobre o tema, o pastor acrescentou que “Jesus falou sobre a facilidade com que as pessoas se ofenderiam nos dias que antecederam a tribulação”.
Em seguida, constatou: “Você já percebeu como é fácil as pessoas se ofenderem hoje em dia? Nenhum de nós quer ser ofensivo. Mas não parece que as pessoas em todos os lugares se ofendem facilmente? Quanto tempo até que alguém nos veja lendo um Bíblia no avião e se sinta desconfortável? Quando alguém vai se ofender quando usarmos uma camiseta com o versículo João 3:16? E a cruz em seu pescoço que pode te colocar em apuros?”.
O pastor reiterou as palavras de Jesus sobre a sociedade no período em que o fim dos tempos estivessem em marcha, dizendo que ela será formada por “pessoas que ativamente arrancam pela raiz, expõem e traem todos ao seu redor”.
“Você não diria que esse tipo de traição é comum em nosso mundo hoje? […] Todos nós temos erros de nosso passado que gostaríamos de esquecer. Todos nós fizemos escolhas que lamentamos e decisões que corrigiríamos ou refaríamos se tivéssemos a chance. Mas em um mundo alimentado pela cultura do cancelamento, esses erros não podem permanecer no passado”, argumentou.
A maligna cultura do cancelamento se resume a engano e desconexão, avaliou Jeremiah: “Surpreendentemente, um estudo recente revelou que quase metade dos americanos não fez um novo amigo nos últimos cinco anos […] A cultura que conduz à tribulação e ao fim da história será caracterizada por frieza em nossos sentimentos uns pelos outros”.
Ao final, o pastor exortou os cristãos a abraçarem quatro “conceitos não canceláveis” em um mundo marcado pela cultura do cancelamento: sabedoria, coragem, perdão e amor: “Não é fácil viver como membros do Reino de Deus em um mundo cada vez mais hostil aos seus valores. Esta é a experiência compartilhada por cada geração de cristãos desde a primeira geração. Portanto, tivemos 2.000 anos para nos preparar para estes dias. Uma coisa sabemos: as recompensas de seguir Jesus Cristo sempre valem a pena”.
De acordo com o portal Christian Headlines, esse sermão faz parte de uma série que embasarão seu próximo livro, Where Do We Go from Here? (“Para onde iremos daqui?”, em tradução do inglês).
Informações: Gospel + / por Tiago Chagas