A cúpula do governo avalia que o vice-governador João Leão (PP) ainda estaria indeciso se fica na base petista ou se rompe e migra para o grupo do ex-prefeito soteropolitano ACM Neto (União Brasil), mas os governistas acreditam que o pepista vai permanecer como aliado do governador Rui Costa (PT).
Na noite desta quarta-feira (9), Rui Costa se reuniu com o vice-governador para tratar da crise gerada pela declaração do senador Jaques Wagner (PT). Na última segunda-feira (7), Wagner afirmou, em entrevista à rádio Metrópole, que Rui ficaria até o final do mandato. O que acabou com a esperança de Leão de ter um “mandato tampão”.
No encontro, que ocorreu na Governadoria, no Centro Administrativo da Bahia (CAB), segundo disseram fontes do governo ao bahia.ba, Leão externalizou a “surpresa” e a”frustração” diante da fala de Wagner. Ainda conforme a cúpula do governo, Rui achou “compreensível” a posição do vice-governador, mas ressaltou o desejo que ele permanecesse no grupo político por causa da parceria de quase oito anos.
Na conversa, Leão disse que seu partido pleitava que ele fosse candidato a governador nas eleições deste ano. Rui disse, entretanto, que não era mais possível diante das movimentações políticas recentes. O PT vai decidir, nos próximos dias, o candidato a governador. Três nomes disputam a indicação: o secretário estadual de Educação, Jerônimo Rodrigues, o secretário estadual de Relações Institucionais, Luiz Caetano e a prefeita de Lauro de Freitas, Moema Gramacho.
A avaliação dos governistas é de que Leão saiu “animado”. O vice-governador deixou a reunião dizendo que conversaria com os aliados para definir o futuro político.
Nesta quinta-feira (10), Leão disse, por meio da assessoria de comunicação, que o “momento (é) de ter cautela”. “Nossa postura segue a mesma que nos trouxe até aqui: o diálogo”, disse ele, o que alimentou a esperança nos governistas de que o vice-governador ficará no grupo político. Como forma de contornar a declaração polêmica, Wagner chegou a pedir “desculpas” a Leão.