Nos Estados Unidos, a população já tem duas vacinas à disposição. Os dados dos mais de 600 mil americanos que já foram vacinados comprovam a segurança dessas vacinas.
Uma atrás da outra, as autoridades mundiais arregaçam a manga para receber a vacina. Nesta terça-feira (22), foi a vez do imunologista da força-tarefa da Casa Branca, Anthony Fauci, e do secretário de Saúde americano, Alex Azar, receberem a primeira dose de esperança da empresa de biotecnologia Moderna.
O doutor Fauci disse: “Estou extremamente confiante na segurança e eficácia dessa vacina e quero encorajar todo mundo a se vacinar para que tenhamos nesse país uma proteção que acabe com essa pandemia”
Nesta quarta (23), o doutor Fauci pode até entrar para a lista de pessoas que tiveram os efeitos colaterais da vacina: cansaço, dor de cabeça, dor no corpo, irritação no local da injeção e, em casos mais raros, febre alta. Mas tudo isso passa em um ou dois dias, como acontece com vacinas comuns como a gripe, por exemplo. Um preço baixo a se pagar diante do benefício de ficar imune ao novo coronavírus.
“Isso são efeitos perfeitamente aceitáveis e, dentro de uma relação de risco benefício, não tem nem comparação. O que você prefere? Um dia de febre que você vai ter que faltar ao trabalho ou sua vida de volta? Abraçar seus pais, ter vida normal, chegar em um momento em que a gente possa deixar de usar máscara e ir até a show de rock”, diz Natalia Pasternak, doutora em microbiologia e presidente do Instituto Questão de Ciência.
Mais de 614 mil pessoas já tomaram as vacinas da Pfizer e da Moderna nesses primeiros dez dias de imunização nos Estados Unidos. Dessas, apenas seis tiveram reações alérgicas graves, o que corresponde a 0,001% do total. Ou seja, uma em cada cem mil pessoas. Todos que tiveram a reação alérgica grave foram tratados na hora e se recuperaram sem maiores complicações. São casos raros, mas que estão sendo estudados pelo governo americano e pelos cientistas que criaram as vacinas.
O diretor do Centro de Pesquisa de Vacinas da Universidade do Alabama, Paul Goepfert, explica que o risco de ter uma reação grave é mínimo se comparado ao perigo de morrer de Covid, principalmente no caso dos idosos.
Se referindo a tecnologia por trás das duas vacinas aprovadas nos Estados Unidos, ele disse: “Essa vacina é a mais eficaz já desenvolvida para adultos. Nunca houve uma vacina que chegasse nem perto desse nível de eficiência. É uma enorme contribuição, a luz no fim do túnel”, afirma.
Além disso, as agências reguladoras, como a FDA americana e a nossa Anvisa, só liberam vacinas depois de passar por critérios rigorosos de avaliação.
“Se a gente somar todas as vacinas que já foram testadas, que estão sendo testadas aí para Covid-19, a gente já tem mais de um milhão de pessoas que foram vacinadas com as mais diferentes tecnologias sem ter registrado nenhum efeito adverso considerado grave. Isso já nos dá uma ideia da margem de segurança. E que essas vacinas, por mais que tenham sido feitas de maneira mais rápida, não queimaram etapas e principalmente não queimaram as etapas de segurança”, diz Natalia Pasternak. (G1)