Para a maioria das mulheres, o simples ato de caminhar na rua, mesmo durante o dia, significa viver momentos de tensão. Para combater o assédio e violência contra a mulher no transporte público, foi lançada na Bahia uma campanha alertando a população para a importância da denúncia.
Segundo levantamento do Instituto Patrícia Galvão, que monitora informações sobre a violência doméstica, cerca de 70% da população do país conhece alguma mulher que já sofreu assédio em espaços públicos.
Dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública apontam que cerca de 30% das mulheres do país já sofreram algum tipo de violência só no ano passado. Outra pesquisa, dessa vez do Instituto Datafolha, revelou que quatro em cada dez mulheres receberam “cantadas” ou comentários desrespeitosos enquanto andavam pela rua.
Ainda segundo o Datafolha, o tipo de agressão mais comum sofrido pelas mulheres é a ofensa verbal, 23% delas foram alvo desse tipo de violência. Em seguida, estão perseguição (13,5%); ameaças (12,4%); e agressão física (11,6%). Depois aparece as ofensas sexuais (9%), espancamento ou tentativa de estrangulamento (5,4), ameaça com faca ou arma (5,1%).
Para combater o machismo e a importunação sexual no trânsito e no transporte público, o Detran da Bahia, em parceria com a Secretaria de Políticas para Mulheres, lançou nesta terça-feira (2) uma campanha de capacitação de servidores e agentes públicos para conscientizar a sociedade sobre esses tipos de crimes.
“A gente está dialogando com a sociedade como um todo, sobre as violências, como punir, educação, sobre esse ambiente que tem que ser de respeito”, declarou a secretária de Política para as Mulheres, Elisângela Araújo.
A campanha, que já está nas ruas, pretende tentar acabar com os estereótipos como “lugar de mulher é na cozinha e não no volante”, além de importunação em ônibus, metrô e transportes por aplicativo. A campanha também chama atenção sobre a importância da denúncia. (BAND)