A Universidade de Oxford anunciou que a palavra do ano de 2024 é “brain rot”, um termo que se refere à deterioração mental ou intelectual atribuída ao consumo excessivo de conteúdo superficial, especialmente nas redes sociais.
A expressão, traduzida literalmente como “cérebro apodrecido”, reflete o crescente debate sobre os impactos do mundo digital na saúde mental.
A escolha, tradicionalmente definida por votação desde 2004, contou este ano com a participação de cerca de 37 mil pessoas. Em 2023, o termo vencedor foi “rizz”, uma gíria que abrevia “carisma” e ganhou popularidade nas redes sociais.
Em comunicado divulgado nesta segunda-feira (2), o Dicionário de Oxford descreveu “brain rot” como “uma suposta deterioração do estado mental ou intelectual, especialmente causada pela exposição excessiva a conteúdo trivial ou pouco desafiador”. Apesar de ter se popularizado recentemente, o termo tem origem no século XIX.
Origem histórica do termo
Segundo o Dicionário Oxford, a primeira menção a “brain rot” remonta a 1854, no livro Walden, ou a vida nos bosques, de Henry David Thoreau. Na obra, o autor critica a preferência da sociedade por ideias simplistas em detrimento de conceitos mais profundos, dizendo:
“Enquanto a Inglaterra se esforça para curar a praga da batata, não haverá nenhum esforço para curar a praga do cérebro – que prevalece muito mais ampla e fortemente?”
A palavra “rot”, usada originalmente por Thoreau, pode ser traduzida como “praga” ou “podridão”, remetendo à metáfora de degradação intelectual.
Relevância atual
O termo “brain rot” teve um aumento de 230% em seu uso em 2024, impulsionado por discussões sobre os efeitos do consumo desenfreado de conteúdo digital de baixa qualidade. Para Casper Grathwohl, presidente do departamento de linguagens de Oxford, o termo é um alerta sobre o uso do tempo livre no mundo moderno.
“‘Brain rot’ fala de um dos perigos da vida virtual e como nós estamos usando o nosso tempo livre”, destacou Grathwohl durante o anúncio.
A palavra evidencia a conexão entre saúde mental e a vida online, trazendo à tona reflexões sobre os hábitos contemporâneos e seus impactos a longo prazo.