O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, minimizou nesta terça-feira (3) o elo da ministra do Turismo, Daniela Carneiro (União Brasil), com milicianos.
Com a Folha mostrou, o grupo político da ministra e de seu marido, o prefeito de Belford Roxo, Waguinho (União Brasil), mantém há ao menos quatro anos vínculos com a família do ex-PM Juracy Alves Prudêncio, o Jura, condenado e preso sob acusação de chefiar uma milícia na Baixada Fluminense.
“Eu estou tomando conhecimento desse fato agora, realmente eu não vi nada sobre isso. Acho que pela sua pergunta nós não temos ainda elementos que possam extrair que uma foto revele ligação com a milícia. É preciso ir com calma, como eu tenho tido prudência ao longo da minha vida e, inclusive, nesse diálogo com vocês aqui”, disse Dino ao ser questionado.
“A bem da verdade, políticas e políticos do Brasil, principalmente em momentos eleitorais, e, hoje, nesses dias de celular, têm fotos com todo mundo. O fato de ter uma foto com A, B ou C não significa ter ligação com as atividades eventualmente ilegais dessas mesmas pessoas. Eu penso que é possível, que é necessário a própria imprensa esclarecer melhor isso. Mas, até aqui, pelo que eu vi pela sua pergunta, se é uma foto não dá para jogar por foto”, acrescentou.
Na ocasião, Dino havia sido questionado se não se sentiria constrangido por ter uma colega de ministério que tem relação com a milícia. Ao terminar de se justificar, a reportagem o questionou novamente falando que não era só uma foto. E o ministro disse em seguida: “Eu realmente, como disse, estou tomando conhecimento agora e acho que a ministra com certeza vai prestar esclarecimento sobre isso”, disse.
Daniela teve o apoio da ex-vereadora Giane Prudêncio, mulher de Jura, nas eleições de 2018 e do ano passado. O próprio miliciano se envolveu em atos de campanha de Daniela há quatro anos, quando cumpria as condenações por homicídio e associação criminosa em regime semiaberto.
Daniela teve o apoio da ex-vereadora Giane Prudêncio, mulher de Jura, nas eleições de 2018 e do ano passado.
O próprio miliciano se envolveu em atos de campanha de Daniela há quatro anos, quando cumpria as condenações por homicídio e associação criminosa em regime semiaberto.
Jura, apontado como chefe do chamado “Bonde do Jura”, estava nas ruas em 2018 após ser nomeado, em junho de 2017, como assessor de uma secretaria da Prefeitura de Belford Roxo, comandada por Waguinho. O emprego lhe garantiu o benefício de trabalhar fora da cadeia.
A Justiça, porém, suspendeu a autorização de trabalho em janeiro de 2020 após identificar possíveis irregularidades na atuação do ex-PM na prefeitura. Atualmente, Jura está detido na Cadeia Pública Constantino Cokotós, destinada a agentes de segurança presos. (BNews)