O dólar comercial teve queda de 1,79% nesta quarta-feira, 4, negociado, em média, a 4,11 reais para a venda, o menor valor desde o dia 22 de agosto, quando a moeda estava em 4,08 reais. Cenários positivos da Ásia e da Europa fizeram com que os mercados operassem em alta, até mesmo em países emergentes, amenizando o temor de uma desaceleração econômica global e causando o enfraquecimento da moeda americana frente ao real.
“Foram exclusivamente os eventos ocorridos no exterior que impulsionaram as principais moedas mundiais. Inclusive, isso aconteceu com o real porque o mercado brasileiro simplesmente ignorou o possível apoio de Jair Bolsonaro à revisão do teto de gastos”, afirma André Perfeito, economista-chefe da corretora Necton.
A líder do governo de Hong Kong, Carrie Lam, anunciou nesta quarta-feira o cancelamento do controverso projeto de lei de extradição para a China, que gerou uma onda de protestos na cidade nos últimos meses. Segundo analistas, a medida pode também acalmar os ânimos na guerra comercial entre a China e os Estados Unidos, haja vista que os americanos apoiam a independência de Hong Kong.
No velho continente, o primeiro ministro britânico, Boris Johnson, amargou derrota para o Parlamento inglês após os deputados aprovarem projeto de lei que proíbe o Reino Unido de deixar a União Europeia sem possuir um acordo prévio, trazendo ares de que o Brexit pode ter um desfecho mais pacífico do que o esperado.
Já o Ibovespa, principal índice da bolsa de valores brasileira, acompanhou o otimismo dos mercados internacionais e encerrou o pregão desta quarta-feira com alta de 1,52%, fechando aos 101.200 pontos, voltando a superar a barreira histórica dos 100 mil pontos. No cenário interno, investidores se mostram confiantes com a tramitação mais célere da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da reforma da Previdência na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) no Senado Federal. O texto-base das novas regras da aposentadoria oficial do país foi aprovado na comissão na tarde desta quarta-feira, por 18 fotos favoráveis a 7 contrários. Ainda há a expectativa de ser votado ainda hoje a PEC Paralela, que inclui, entre outros pontos, estados e municípios na reforma.
“O andamento da reforma da Previdência possibilitou um cenário mais desestressado e contribuiu com a valorização da bolsa”, diz Pedro Paula Silveira, economista-chefe da Nova Futura Investimentos. O Senado ainda aprovou na noite de terça-feira, 3, uma PEC que permite a União repartir os recursos do leilãoda cessão onerosa do pré-sal com estados e municípios, o que também trouxe ânimo aos investidores e fez as ações da Petrobras subirem 2,6%. (Veja)