O dólar opera em alta nesta terça-feira (17), sendo cotado a R$ 6,19, após atingir a máxima de R$ 6,1935. A valorização reflete as preocupações do mercado financeiro com o pacote de cortes de gastos do governo, enviado ao Congresso Nacional.
A proposta visa economizar R$ 70 bilhões nos próximos dois anos e alcançar um total de R$ 375 bilhões até 2030, como parte do esforço para zerar o déficit público em 2024 e 2025.
Investidores, contudo, mostram ceticismo quanto à capacidade do plano de conter o crescimento da dívida pública no longo prazo, especialmente porque não contempla cortes em despesas estruturais, como Previdência e pisos constitucionais de saúde e educação. Essas áreas tendem a crescer rapidamente, o que pode anular os efeitos do pacote em poucos anos.
O texto será analisado pela Câmara dos Deputados ainda nesta semana, e o governo já indicou a liberação de R$ 800 milhões adicionais em emendas parlamentares para garantir apoio à aprovação, somando-se aos R$ 7,6 bilhões destinados até segunda-feira.
Outro fator que pressiona o dólar é a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que destacou a recente valorização da moeda norte-americana como justificativa para o aumento dos juros no Brasil.
O Banco Central voltou a intervir no mercado de câmbio nesta manhã, reduzindo momentaneamente a pressão sobre o real, mas o dólar retomou sua trajetória de alta logo depois.
Apesar da valorização do dólar, o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, opera em alta de 0,20%, aos 123.812 pontos, às 12h05. O índice tenta se recuperar da queda de 0,84% registrada na véspera, enquanto enfrenta um acumulado de perdas de 1,68% no mês e 7,92% no ano.
No mesmo horário, o dólar subia 1,49%, cotado a R$ 6,1850. A moeda acumula alta de 0,99% na semana, 1,56% no mês e 25,59% no ano, marcando um novo recorde nominal na segunda-feira, quando fechou em R$ 6,0942.