Flavinho do Kadet compôs música em 2019. Três anos depois, ela embala festas e é sucesso na internet.

Muitas pessoas podem não o conhecer pelo nome, mas tem grande chance de já terem se divertido ou até mesmo sofrido com as músicas compostas pelo baiano Flávio Silva de Souza, de 39 anos. Foi da cabeça dele que saíram verdadeiros hits que fizeram e fazem sucesso por todo país na voz de cantores sertanejos e de arrocha.

Casado, com um filho e com moradia dividida entre as cidades de Salvador e Goiânia, o soteropolitano se dedica à música não só como compositor, mas também como cantor.

O atual sucesso de Flavinho do Kadet, como é conhecido, é “Tem Cabaré Essa Noite”, composta em 2019, mas que viralizou após ficar “esquecida” e levar a lambada de volta às paradas. A música tem embalado festas e é trilha obritória em dancinhas nas redes sociais.

“Agora eu estou solteiro e vou gritar para todos. Tem cabaré essa noite”, diz o refrão da música.

O compositor diz que já tinha desistido da versão de “Te Robaré”, de Prince Royce, e vendeu exclusividade a “preço simbólico”. Foi aí que a música emplacou nas vozes de Nivaldo Marques e Nattan.

“O empresário de Nivaldo conversou comigo, pediu autorização para ele [cantar] e aí explodiu”, disse.

“Tem Cabaré Essa Noite” não “nasceu” na Bahia. A música foi composta em Goiânia.

“Eu fui para Goiânia, compor em um estúdio de amigos meus e durante o dia colocaram a versão original, do Prince Royce, e eu fiquei o dia todo com essa música na cabeça”, contou.

Flavinho então pensou em duas possibilidades: gravar o clássico em espanhol, no ritmo do arrocha, ou fazer um nova versão. A segunda foi a escolhida após conversa com o cantor Guto, com quem faz dupla (Guto e Flavinho).

“Decidi fazer a outra versão, com uma história completamente diferente e aproveitando a melodia”.

‘Atravesso o polo norte de shortinho’

Em 2009, Flavinho começou a ser reconhecido com suas composições. A música “Canudinho”, sucesso na voz de Henrique e Diego, ganhou as paradas de sucesso pelo país.

“Por você eu bebo o mar de canudinho e atravesso o polo norte de shortinho. Entro descalço no vulcão em erupção, faço de tudo para ganhar seu coração”, diz o refrão da letra.

Inicialmente a música foi composta em ritmo de pagode. Segundo Flavinho, o desejo era de que ela fosse gravada pela banda Harmonia do Samba.

“Mas eu não tinha o contato para oferecer. Eu mostrei para o grupo do Seu Maxixe, de sertanejo. A música pipocou, depois passei ela para uma dupla chamada Henrique e Diego”, relatou o baiano.

“Canudinho” exigiu algumas noites de sono do compositor. O refrão da letra chegou na cabeça do baiano enquanto ele dormia.

“Acordei para anotar, uma coisa muito louca. Demorei mais de um ano para terminar essa música. Anotando um pedaço e outro, gravando a melodia, chegou no que deu”.

Certeza que já ouviu as músicas dele

A primeira música que Flavinho emplacou foi “Cara da Papuda”, cantada pela tradicional banda de pagode baiana Pagodart, em 2009.

Em seguida, cantores famosos foram responsáveis por espalhar as letras de Flavinho para os brasileiros. Foram eles: Henrique e Juliano, Gusttavo Lima, Lucas Lucco, Leonardo, Wesley Safadão, Gustavo Mioto, Luan Santana, entre outros.

Também compôs 14 músicas para Tayrone, duas para Pablo, uma para a banda Unha Pintada, três para Thiago Aquino e uma para Silvano Salles.

Veja abaixo os refrões de algumas das músicas compostas por Flavinho que ficaram famosas:

• Erro planejado – Luan Santana e Henrique e Juliano (Mais de 60 milhões de visualizações)

“A culpa é sempre de uma briga, de umas pinga
De uma amiga que te arrasta pra rua
Mas as perna é sua
Você é sempre inocente, mente que nem sente
E sempre erra como nunca
Era só terminar antes de trair
Era só terminar, que eu deixava ‘cê ir”.

Planos para o futuro

Flavinho contou ao g1 que tem músicas compostas, que já foram gravadas e devem ser lançadas nos próximos meses. No entanto, não pode revelar spoilers.

Mesmo com o ar de amor na maioria das músicas compostas, Flavinho negou o título de “último romântico”.

“Não, eu me defino como um compositor de música que a pessoa escuta para tomar cachaça. Romântico não, músicas para ouvir tomando uma”, brincou. (G1 Bahia)