A campanha eleitoral em Vitória da Conquista entra em sua última semana, marcada por polarização e intensos enfrentamentos judiciais. Em entrevista ao Portal A Tarde, o juiz da 41ª Zona Eleitoral, João Batista Pereira Pinto, discutiu o cenário político local, enfatizando o papel da Justiça Eleitoral na garantia da lei e dos direitos dos eleitores.
Com uma população de 257.784 eleitores, o município é o terceiro maior da Bahia e enfrenta uma disputa acirrada, refletindo tendências observadas em grandes cidades do país. “São quatro candidaturas a prefeito e aproximadamente 350 a vereadores”, afirmou o magistrado, destacando a importância do debate democrático, que é essencial nas eleições.
A atual prefeita e candidata à reeleição, Sheila Lemos (União Brasil), enfrenta questões judiciais relacionadas à sua elegibilidade. O juiz expressou preocupação com as disputas legais que podem desviar o foco das campanhas. “O ideal é que as campanhas sejam centradas no debate político e nas propostas para os eleitores”, disse.
Pereira Pinto também comentou sobre o uso de inteligência artificial nas campanhas, que, segundo ele, é permitido pela Resolução 23.610/2019 do TSE, mas ressaltou os riscos do mau uso da tecnologia. “A IA pode ser usada para melhorar a apresentação dos candidatos, mas também pode distorcer a realidade, configurando ilícitos eleitorais”, alertou.
O combate às fake news também foi um ponto destacado pelo juiz, que reconheceu a dificuldade de lidar com a desinformação em tempos de comunicação instantânea. “As fake news sempre existiram, mas seu uso intensificado prejudica o debate democrático”, afirmou.
Para garantir a segurança durante as eleições, o juiz mencionou a integração entre diversas forças de segurança, como a Polícia Militar e a Polícia Federal, com um sistema de vídeo-monitoramento abrangente para cobrir tanto áreas urbanas quanto rurais.
Em suma, a eleição em Vitória da Conquista é um microcosmo das tensões políticas atuais, e a atuação da Justiça Eleitoral se mostra crucial para manter a integridade do processo democrático.