A Rede Globo de televisão, por meio de nota divulgada no “Jornal Nacional”, repudiou, nesta sexta-feira (19), as declarações do presidente Jair Bolsonaro dirigidas à jornalista Miriam Leitão. De acordo com o G1, durante um café da manhã entre jornalistas estrangeiros e equipe do governo, o chefe do executivo citou fatos inverídicos acerca da vida pessoal da profissional durante o período da ditadura.
O assunto tornou-se pauta do encontro após os jornalistas cobrarem um posicionamento de Bolsonaro sobre as ameaças e insultos que Miriam e seu marido Sérgio Abrantes sofreram ao serem anunciados como convidados em um feira literária na cidade de Jaraguá do Sul, em Santa Catarina.
Mesmo afirmando aos profissionais que é defensor da liberdade de imprensa e a favor de uma democracia tolerante à diversidade de críticas, Bolsonaro declarou que “Miriam Leitão foi presa quando estava indo para a Guerrilha do Araguaia para tentar impor uma ditadura no Brasil e repetiu duas vezes que Miriam mentiu sobre ter sido torturada e vítima de abuso em instalações militares durante a ditadura militar que governava o país então”.
A Globo, em resposta, referiu-se às declarações do presidente com “profunda indignação” e “absoluto repúdio” e completou: “Em defesa da verdade histórica e da honra da jornalista Miriam Leitão, é preciso dizer com todas as letras que não é a jornalista quem mente”.
Miriam Leitão foi “presa e torturada, grávida, aos 19 anos, quando estava detida no 38º Batalhão de Infantaria em Vitória. No auge da ditadura de 64, em 1973, Miriam denunciou a tortura perante a 1ª Auditoria da Aeronáutica, no Rio, enfrentando todos os riscos que isso representava na época”.
A Globo também esclareceu que todos os documentos referentes aos relatos da jornalista as autoridades da época estão nos autos e disponíveis para pesquisa por qualquer cidadão brasileiro. Além disso, afirmou que Miriam foi absolvida de todas as acusações que lhe foram direcionadas no período ditatorial.