Em protesto, Greenpeace leva ‘óleo’ e troncos queimados para o Planalto

Manifestantes levaram ''óleo'' à base de tapioca e troncos de árvores queimadas para a frente do Palácio (foto: Ed Alves/CB/DA Press)
Manifestantes levaram ''óleo'' à base de tapioca e troncos de árvores queimadas para a frente do Palácio (foto: Ed Alves/CB/DA Press)

Greenpeace realizou um protesto contra o vazamento das manchas de óleo nas praias do Nordeste e pela demora do governo de Jair Bolsonaro em tomar medidas de mitigação. ‘Ativistas da organização levaram óleo e troncos de árvores queimadas para a frente do Palácio. O ato ocorreu em frente ao Palácio do Planalto nesta quarta-feira (23/10).

“O governo Bolsonaro e seus órgãos competentes estão falhando no combate às manchas de óleo no Nordeste. Em vez de focar na resolução do problema com eficiência,  Bolsonaro viajou para o exterior enquanto o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, tenta mascarar a sua inação desviando a atenção do problema e jogando a responsabilidade para a população e para as organizações não governamentais. Mais uma vez, o governo mente e espalha falácias sobre a atuação de ONGs, como vimos nas queimadas na Amazônia, como forma de desviar a atenção da sua própria falta de ação e incompetência”, afirmou Thiago Almeida, da campanha de Clima e Energia do Greenpeace.

Durante o ato,  ativistas exibiram faixas com dizeres:  “Um governo contra o meio ambiente”, “Brasil manchado de óleo” e “Pátria queimada, Brasil”. 
Para Cristiane Mazzetti, da campanha de Florestas do Greenpeace Brasil, desde que tomou posse, o governo Bolsonaro tem esvaziado e enfraquecido órgãos de proteção e fiscalização ambiental, ameaçando rever Unidades de Conservação e abrir terras Indígenas para interesses econômicos. “O presidente fez inúmeros discursos que encorajam o crime ambiental. Agora, estamos vendo o resultado desta política”, apontou. 
Ela contou que o “óleo” utilizado no ato, na verdade é uma mistura de água, tapioca e corante.

Repercussão

Antes da embarcar para o Peru, nesta tarde, o vice-presidente Hamillton Mourão comentou brevemente sobre a manifestação. “Vou convidar o Greenpeace a recolher o óleo ao invés de jogar aqui. (risos)”. Questionado se tratou-se de um exagero,  Mourão respondeu: “Protesto é protesto. Democracia é isso aí. A única coisa que acho é que pode fazer o protesto sem bloquear o trânsito, não impedir o ir e vir das pessoas”, ponderou.
Por volta das 13h30, dois caminhões (pipa e entulhos) da empresa Valor Ambiental com a ajuda de funcionários, faziam limpeza e o recolhimento dos materiais utilizados na manifestação.
O ministro Ricardo Salles se manifestou pelas redes sociais e reclamoudo protesto. Questionado pelo Correio, o Palácio do Planalto se limitou a dizer que não comentará o caso.

Ao término da manifestação, ativistas do Greenpeace foram detidos. O grupo está na 5° Delegacia de Polícia. (correiobraziliense)

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