Empregos em tecnologia crescem 95% em dez anos, aponta estudo 

Pesquisadores destacam o impacto da digitalização e inovação no mercado de trabalho brasileiro

Foto: Divulgação

O número de empregos em profissões ligadas à tecnologia quase dobrou no Brasil em uma década, com alta de 95% entre 2012 e 2022. Esse avanço foi revelado por um estudo da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), que analisou 30 ocupações relacionadas ao setor tecnológico com base nos dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais), do Ministério do Trabalho e Emprego.

Entre as profissões que mais cresceram, destaca-se a de engenheiro de sistemas operacionais em computação, com aumento impressionante de 741,2% no número de vínculos empregatícios no período. Outras ocupações também registraram expansão significativa, como tecnólogo em gestão de TI (450,7%), pesquisador em ciências da computação e informática (579,3%), engenheiro de aplicativos em computação (258%) e técnico de planejamento e programação da manutenção (191,2%).

Em números absolutos, as funções com maior crescimento na quantidade de empregos foram:

• Analista de desenvolvimento de sistemas (+117.046 vínculos);

• Programador de sistemas de informação (+72.332);

• Técnico de apoio ao usuário de internet (+36.372);

• Analista de suporte computacional (+32.536);

• Instalador-reparador de redes telefônicas e de comunicação de dados (+24.838).

Em 2012, as 30 ocupações analisadas contavam com cerca de 445 mil postos de trabalho. Em 2022, esse número saltou para 868,1 mil, consolidando a importância do setor no mercado laboral brasileiro.

Jaime Vasconcellos, economista da FecomercioSP, destacou que o impacto da tecnologia no mercado de trabalho depende de múltiplos fatores. “A tecnologia pode e vai gerar muito mais transformações econômicas e sociais, bem como no mercado laboral. Mas isso vai depender também dos níveis de digitalização do mercado consumidor, do rol empresarial e da força de trabalho. Isso passa pela sustentabilidade financeira de cada um desses agentes, mas também de ambientes econômico, trabalhista, tributário, social e de regulação mais favoráveis à absorção da própria inovação”, afirmou.

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