A insulina injetável foi usada pela primeira vez em 1922, em Toronto, no Canadá. No mesmo ano, os pesquisadores começaram a testar várias formulações orais de insulina numa tentativa de livrar os pacientes com diabetes das múltiplas injeções diárias necessárias para controlar a doença. Estes esforços não tiveram sucesso assim como centenas de tentativas feitas durante os anos seguintes.
As razões para este insucesso são duas. Devida a natureza biológica da molécula de insulina que, por ser uma proteína, ao contrário das medicações químicas constituídas por moléculas pequenas e facilmente absorvidas, é constituída por moléculas grandes. Por isso, são incapazes de atravessar o espaço estreito existente entre as células que recobrem a superfície do aparelho digestivo (mucosas). Além disso, as enzimas existentes no aparelho digestivo degradam as moléculas de insulina, inativando-as.
Recentemente, a ciência tem conseguido progressos neste campo, com a criação de cápsulas de insulina que também contém substâncias químicas que facilitam a absorção da insulina “ abrindo espaço” entre as células da mucosa, ao mesmo tempo que inibem as enzimas digestivas presentes nas proximidades das moléculas de insulina. Um destes permeadores, o caproato de sódio, já foi testado clinicamente com sucesso.
Nesta linha, em 2018, pesquisadores da Harvard encapsularam a insulina juntamente com um solvente com a viscosidade do mel e, quando a cápsula se abre no intestino delgado, o líquido viscoso adere à mucosa e nela abre uma microperfuração, permitindo a entrada da insulina. O problema com estas estratégias é que apenas 1% da insulina ingerida é absorvida.