O isolamento e a quarentena por causa do novo coronavírus que os brasileiros estão vivendo são medidas para evitar uma situação mais grave, como a da Itália. O número de vítimas fatais da pandemia (doença infecciosa e contagiosa que se espalha rapidamente e atinge uma região, país ou continente) de Covid-19 passa de quatro mil pessoas na Itália.
Ana Barroso, brasileira que está isolada há 24 dias por lá, gravou um vídeo para alertar sobre a importância do isolamento durante esse período. A mensagem dela viralizou e o É de Casa quis saber como estão as coisas na Itália. Para Ana, os italianos demoraram a entender a gravidade da situação:
“Demoraram para entender. No início, existia aquilo de ‘é só uma gripe, um resfriado, não é bem assim’. Quando as escolas fecharam, no dia 22 de fevereiro, as pessoas começaram a acreditar um pouco mais. Mas os jovens falavam: ‘não é com a gente’. Daí a coisa começou a ficar assustadora. Mesmo quando fecharam tudo, a gente tem a falsa ilusão que está tudo resolvido.”
Apesar da grande disseminação de Covid-19, a brasileira acredita que o momento é de união para combater a pandemia: “Tudo continua crescendo. A situação é gravíssima. A gente não acreditou, a Espanha não acreditou, os Estados Unidos não acreditaram. Hoje, você vê que todo mundo está indo pelo mesmo caminho. O Brasil ainda está no começo, mas ainda dá pra fazer. As medidas estão sendo tomadas rápido. Depende do povo, depende de cada um. É a política de sobrevivência. É hora de cuidar, de se unir, sobreviver e passar por isso.”
Por fim, a brasileira que mora perto de Milão disse que, mesmo com a aplicação de multas e prisão por violações da quarentena, existem aqueles que não estão levando os perigos do coronavírus a sério. “Mesmo nós estando desde o dia 4 de março com tudo fechado, nós recebemos uma delegação chinesa para nos ajudar, inclusive com avião cheio de aparelhos respiradores. O presidente da Lombardia perguntou: ‘no que estamos errando?’ Os chineses falaram: ‘muita gente na rua’. (…) Eles fizeram um controle pelos celulares e 40% das pessoas ainda estão se movimentando”, declarou ela.
“E olha que começou a ter multa, prisão… Com tudo o que está acontecendo, ainda tem gente que fala: ‘não é é bem assim, vamos só até ali’. Por isso que estou sempre dizendo: se cada um de nós não tiver uma consciência individual e tomarmos uma providência de sobrevivência de cada um e da família, do que adianta?, encerrou Ana Barroso. (IstoÉ)