Especialista alerta que ansiedade pode ser agravada com a chegada do fim de ano

Foto: Joice Kelly/Unsplash

Família e amigos reunidos, mesa farta, muitos presentes, uma linda decoração e muitas fotos repletas de sorrisos. Muito comum nesta época de fim de ano a maior quantidade de imagens de pessoas comprando, recebendo e dando presentes, viajando e curtindo as férias. Para aqueles que não têm esse cenário, o sentimento pode ser de melancolia, tristeza e, por muitas vezes, solidão.

A psicóloga Marta Araújo, ressalta que a chegada do fim de ano pode funcionar como gatilho para depressivos e ansiosos, tanto em evidenciar a doença para quem tem predisposição como ampliar quadros já identificados.

Segunda ela, as imagens de “felicidade total” induzem a uma ideia de tudo tão perfeito que algumas pessoas podem começar a se questionar quanto aos seus níveis de satisfação e contentamento com elas próprias e seus relacionamentos, gerando sentimentos de frustração, tristeza, insatisfação, solidão, desamparo, entre outros.

“É comum nessa época ver muitas pessoas sofrendo de ansiedade, outras que se deprimem, pessoas com sentimento de vazio, angústia, desesperança, desamparo, menos-valia, tristeza, entre outros. Comumente ocorre uma espécie de balanço do ano e a pessoa se pergunta de modo consciente ou até mesmo inconsciente sobre o que fez, o que deixou de fazer, o que poderia ter feito. Essa cobrança usualmente não vem de fora, de outra pessoa, mas como você colocou, vem como uma autocobrança”, relata Marta Araújo.

A especialista conta que essas reflexões podem ser vistas de maneira positiva ou negativa e que lidar com os sentimentos algumas vezes podem requerer um auxílio profissional.

“É muito importante saber que nem todas as pessoas têm recursos emocionais internos suficientes para lidar com as frustrações ou suas emoções de um modo geral. Há pessoas que lidam muito bem e outras não, e isso precisa ser compreendido. O autoconhecimento é primordial frente às situações como essas e a vida como um todo. Eu diria que é o investimento mais importante que alguém pode fazer na vida”, enfatiza.

Marta Araújo destaca ainda que o psicólogo é o profissional que vai auxiliar a pessoa se auto conhecer, a compreender do que sofre e por que sofre, além dos motivos de determinada situações que lhe provoca tantas dores emocionais, que também podem vir para o corpo em forma de uma gastrite, por exemplo, ou até mesmo de um câncer.

A psicóloga afirma que o período pandêmico pode agravar os sentimentos de solução e produtividade neste período de fim de ano.

“Famílias que perderam vários membros de modo sucessivo e, é claro, que as pessoas irão experimentar um sentimento de vazio ou falta, o luto por esses entes queridos e amigos. Também com a pandemia, vieram muitas dificuldades financeiras e, é lógico que isso vai repercutir no emocional das pessoas”, finaliza. (bahia.ba)

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