Uma metodologia desenvolvida por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) promete ser um avanço importante nas ações de combate à pandemia. A partir de um simples exame de sangue, ela permite prever o risco de um paciente diagnosticado com a doença desenvolver complicações e precisar ser internado.
De acordo com a Fapesb, a técnica consiste em analisar o conjunto de proteínas presentes no plasma sanguíneo, a fim de descobrir se ele corresponde ao padrão que os autores do estudo classificaram como “alto risco”.
“Nós identificamos um grupo de moléculas cujo nível está significativamente mais elevado no plasma de pacientes com a forma grave da Covid-19, com destaque para as proteínas SAA1 [proteína amiloide A1 sérica] e SAA2 [proteína amiloide A2 sérica]. Nossa proposta é que essa análise do plasma seja feita assim que a pessoa tiver o diagnóstico confirmado pelo teste de RT-PCR. E, caso ela apresente o perfil de alto risco, o médico já poderia adotar uma conduta mais direcionada”, explica Giuseppe Palmisano, professor do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB-USP), coordenador do projeto, à Fapesb.
Ele pondera, no entanto, que ainda é necessário confirmar o poder prognóstico do método e sua utilidade clínica em estudos com grupos maiores de pacientes do Brasil e do exterior. O artigo apresentado conta com análises feitas com amostras de 117 pacientes. Os voluntários que tiveram suas amostras incluídas foram pareados por idade, sexo e comorbidades para que os resultados pudessem ser comparados. (BN)