Estudo sugere que consumo de chocolate amargo está ligado à redução no risco de diabetes tipo 2

Foto: O chocolate amargo é um dos alimentos que aumenta a quantidade de zinco no organismo

Um estudo recente publicado no British Medical Journal por pesquisadores da Universidade de Harvard sugere que o consumo de cinco porções de chocolate amargo por semana pode reduzir em 21% o risco de diabetes tipo 2. A pesquisa acompanhou por mais de 30 anos cerca de 192 mil adultos nos Estados Unidos, sem diagnóstico prévio de diabetes, e analisou seus hábitos alimentares, peso e diagnóstico da doença. Os resultados mostraram que pessoas que consumiam pelo menos cinco porções de chocolate, especialmente o amargo, apresentavam um risco menor de desenvolver diabetes tipo 2 em comparação com aqueles que raramente comiam chocolate.

Embora o estudo tenha identificado benefícios para o consumo de chocolate amargo, não houve associação entre o chocolate ao leite e a redução do risco de diabetes. Pelo contrário, o chocolate ao leite foi relacionado ao ganho de peso a longo prazo. A pesquisa, no entanto, não deve ser vista como uma autorização para consumir chocolate de forma excessiva. O endocrinologista Luciano Giacaglia ressalta que a recomendação é preferir o chocolate amargo, mas sempre com moderação. Ele também destaca que o perfil genético dos participantes do estudo, majoritariamente de brancos não hispânicos, pode afetar a aplicabilidade dos resultados em populações como a brasileira.

O estudo diverge de uma pesquisa publicada em 2023 no Diabetes Care, que não encontrou benefícios na suplementação de flavonoides do cacau para prevenir diabetes tipo 2. Embora o consumo de chocolate amargo tenha mostrado efeitos positivos neste estudo específico, especialistas como Celso Cukier, nutrólogo, advertem que não se pode concluir que o consumo elevado de chocolate seja seguro ou eficaz para prevenir a doença, lembrando que a saúde depende de um equilíbrio entre nutrição, atividade física e hábitos saudáveis.

A pesquisa ocorre em um contexto de crescente incidência de diabetes tipo 2, especialmente no Brasil, onde cerca de 20 milhões de pessoas convivem com a doença, sendo a obesidade, dieta inadequada e falta de exercício os principais fatores de risco. Apesar dos resultados promissores do estudo, o Guia Alimentar Brasileiro recomenda uma dieta baseada em alimentos naturais e desaconselha o consumo excessivo de ultraprocessados, como o chocolate, enfatizando a importância de hábitos saudáveis para prevenir doenças.

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