Ex-homossexuais defendem direito a aconselhamentos e lutam por reconhecimento social

Foto: Reprodução

Enquanto a sociedade e a classe política promovem debates em apoio à criação de leis de censura ao aconselhamento, e rotula pejorativamente essas práticas como “cura gay”, um grupo de ex-homossexuais está se mobilizando para terem seu status reconhecido publicamente.

O grupo Changed (“mudado”, em tradução livre), formado por homens e mulheres que não se identificam mais como LGBT (incluindo dois sobreviventes do atentado terrorista na boate Pulse, em Orlando, Flórida) vem atuando para tornar público seu desejo de que a sociedade pare de “negar sua existência” e atuar para proteção de suas liberdades.

Como se apresentam como ex-homossexuais, essas pessoas passam a ser tratadas como inimigas do movimento LGBT e enfrentam, diariamente, discursos de ódio, preconceito e discriminação simplesmente por expressar suas opiniões ou compartilhar suas histórias de vida, de acordo com informações do portal Christian News Wire.

Um exemplo dessa perseguição é a decisão da gigante Amazon de remover livros que narram as histórias de vida das pessoas ex-homossexuais. Igrejas têm sido alvo de protestos quando abrem espaço de aconselhamento para pessoas LGBT em dúvida sobre sua sexualidade.

O mesmo cenário se repete no Brasil, nos casos dos homossexuais egodistônicos, que se tornaram o centro de uma batalha judicial iniciada por um grupo de psicólogos que desafiou uma postura adotada pelo Conselho Federal de Psicologia.

Assim, o grupo Changed alega que os Direitos Humanos mais básicos de pessoas que optaram por mudar seu estilo de vida estão sendo negados, e usam como argumento Artigo 18 da Declaração Universal dos Direitos Humanos: “Todo mundo tem direito à liberdade de pensamento, consciência e religião; esse direito inclui a liberdade de mudar de religião ou crença e a liberdade, sozinha ou em comunidade com outras pessoas e em público ou em privado, para manifestar sua religião ou crença no ensino, na prática, no culto e na observância”.

Elizabeth Woning, ex-lésbica e cofundadora do movimento, comentou o contexto: “Hoje existe uma força crescente que está corroendo as proteções históricas dos Estados Unidos pela liberdade. Pessoas que buscaram e obtiveram sucesso na mudança de seus desejos sexuais (longe da atração pelo mesmo sexo) sempre existiram, mas hoje estamos sendo censurados e as avenidas que usamos para cuidados com a saúde emocional estão sendo fechadas. Nossas vozes expõem o rosto irado e desumano desse perigoso movimento ideológico”.

Outro líder do grupo de ex-homossexuais, Ken Williams, declarou que decidiu abandonar a homossexualidade pois vinha sendo “atormentado por tendências suicidas porque não queria viver a vida que minha atração pelo mesmo sexo estava me levando”.

Com ajuda de um profissional, recebeu aconselhamento e encontrou meios para fazer o caminho em direção à heterossexualidade: “Meus desejos sexuais mudaram, agora estou casado há 13 anos com minha esposa. Temos quatro filhos juntos. Estou conectado a milhares de pessoas através do Movimento CHANGED, da Marcha da Liberdade e de outros grupos que deixaram o LGBTQ para trás”, contou.

“Muitos de nós éramos suicidas, pois vivenciamos relacionamentos conturbados, problemas de abandono e, às vezes, abuso físico ou sexual”, acrescentou Williams, destacando a importância de se combater a ditadura de pensamento exercida pelo movimento LGBT, que não reconhece – e combate – a existência de pessoas que deixaram a homossexualidade.

“Mas muitos de nós, ex-gays, não encontramos satisfação em nossos relacionamentos homossexuais, por isso, projetos de lei como esses ameaçam nossa segurança, autonomia e busca da felicidade”, criticou Williams.

O militante aproveitou para reiterar seu pedido para que a situação desse grupo minoritário seja olhada com mais atenção pelas autoridades: “Muitas escolhem, por um motivo ou outro, deixar uma vida LGBT para trás. É assustador imaginar uma América onde a ideologia do governo controla a opção das pessoas, que terapia eles podem ou não receber, que identidade sexual devem ter ou que crenças religiosas podem seguir”.

Outro integrante do movimento é o pastor Jim Domen, fundador da Church United na Califórnia. “Escolhi não ser gay e meus terapeutas me ajudaram a afirmar a direção que escolhi para a heterossexualidade e esse projeto negaria a alguém esse direito”, declarou. “Alterar a Lei dos Direitos Civis usurparia os direitos de incontáveis americanos que não são LGBT ou que não concordam com o estilo de vida por causa de crenças religiosas”, concluiu o pastor.

por: Tiago Chagas – Gospel +

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