Ex-presidente da OAS, Léo Pinheiro afirma que mentiu em delação premiada contra Lula

Foto: Divulgação

O ex-presidente da OAS, Leo Pinheiro, escreveu uma carta de próprio punho no mês de maio, e anexada em junho ao processo contra o ex-presidente Lula, na qual admite ter mentido na sua delação premiada firmada com a Lava-Jato.

A carta escrita por ele foi um dos elementos que fez com que a investigação que acusava Lula de corrupção e tráfico de influência junto ao governo da Costa Rica, com o suposto objetivo de influenciar os dirigentes do país a fecharem negócios com a OAS, fosse arquivada.

No documento, Pinheiro afirmou que nunca autorizou ou teve conhecimento de pagamentos indevidos às autoridades citadas no caso e que o ex-presidente Lula não recebeu vantagem indevida para agir a favor da OAS, uma das bases usada pela defesa do petista, liderada pelo advogado Cristiano Zanin.

“A empresa OAS não obteve nenhuma vantagem, pois inclusive não foi beneficiada por empréstimos do BCIE – Banco Centro Americano de Integração Econômica. Não sabendo informar se houve efetividade da solicitação do Presidente do BCIE, senhor Nick Rischbieth Alöe junto ao senhor Ex. Presidente Lula e demais autoridades citadas”, escreveu Pinheiro, diferentemente do que afirmou no acordo com a Lava-Jato.

Na ocasião, o ex-presidente da OAS afirmou que durante uma viagem a Costa Rica, pediu a Lula que realizasse uma audiência com Nick Rischbieth Gloe, presidente do Banco Centro-Americano de Integração Econômica (BCIE), para aumentar a participação do Brasil na instituição financeira e “credenciar a OAS a realizar parceria com tal Banco”.

Pinheiro havia afirmado ainda que Lula havia se comprometido a interceder junto a ex-presidente Dilma e ao então ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, para que fosse aumentada a participação do Brasil no BCIE.

Segundo pessoas ligadas à investigação, Pinheiro pretende voltar atrás em outros trechos da delação, incluindo aqueles que serviram de sustentação para a condenação de Lula no caso do triplex, já anulado pela Justiça. (A Tarde)

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