Familiares de soldado da PM e de ex-fuzileiro naval mortos reclamam da demora nas investigações sobre o caso

O soldado Ítalo de Andrade Pessoa tinha 27 anos quando morreu — Foto: Arquivo Pessoal

As mortes do soldado da Polícia Militar, Ítalo de Andrade Pessoa, 27 anos, e do ex-fuzileiro naval Cléverson Santos Ribeiro, completam um ano no sábado (11). As famílias reclamam da demora nas investigações e afirmam que as vítimas foram assassinadas por colegas da PM, que fazem parte de um esquema de grilagem de terras em Camaçari, na Bahia.

Nesta sexta-feira (10), os familiares de Ítalo e Cléverson fizeram um protesto na Avenida Paralela, transitando pelo Centro Administrativo da Bahia (CAB) e o Ministério Público da Bahia (MP-BA).

Em nota, a Polícia Militar informou que policiais militares da 82ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM) acompanharam a manifestação, que foi encerrada por volta das 15h. Já a Polícia Civil relatou que o caso é investigado pela Corregedoria da Polícia Militar, que não se manifestou a respeito.

O MP-BA informou que o procedimento sobre o caso não foi localizado nos sistemas internos do órgão e disse que apura se o inquérito policial foi remetido.

O caso

O crime ocorreu no dia 11 de setembro de 2020, na Estrada Velha, que liga Monte Gordo a Barra de Jacuípe. De acordo com os familiares de Ítalo Pessoa, tudo ocorreu depois que o soldado foi chamado por Cléverson para ir até o Condomínio Morada de Jacuípe, onde o ex-fuzileiro tinha comprado um terreno, com o dinheiro da venda de um carro. Uma terceira pessoa também foi ao local com os dois homens e presenciou o crime. A testemunha não ficou ferida e já foi ouvida pela Polícia Civil.

Ainda segundo os parentes de Cléverson, ao chegarem ao condomínio, os três foram recepcionados pelo antigo proprietário do terreno que teria alegado, que o local estava sendo habitado por um outro homem, após ser invadido por milicianos.

Já no terreno, então, eles foram recebidos pelo invasor, que comunicou que estava pagando aluguel da residência. Em seguida, ainda com os três no terreno, o suposto invasor fez uma ligação. Pouco tempo depois, seis homens chegaram ao local, entre eles, segundo os familiares de Ítalo, um soldado reformado e um sargento da PM.

De acordo com a família do soldado morto, os suspeitos do crime comandam grilagens de terra em Arembepe, Barra de Jacuípe, Vila de Abrantes, todas essas localidades em Camaçari, e Simões Filho, cidade também da região metropolitana.

Ainda conforme a família do soldado, mesmo após a chegada de guarnições da 59ª Companhia Independente de Polícia Militar (CIPM) no local, os suspeitos não foram presos. (G1)

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