A Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) de Feira de Santana registrou um aumento no índice de estupros no município em 2019. Foram registrados 70 estupros, 17 a mais do que em 2018. As informações são do portal Acorda Cidade.
A delegada Edileuza Suely apresentou um balanço dos dados da delegacia em 2019 e, segundo ela, o aumento do índice se refere especificamente ao número de registros de estupros acontecidos entre parceiros. Ou seja, relações não consentidas pela vítima entre namorados, esposos e companheiros.
Tais situações também são consideradas pela lei como estupro e ela ressaltou ainda que, a cada dia, as mulheres estão mais encorajadas a denunciar. “Nós temos um número aumentado de registros, exatamente por essa coragem da mulher denunciar os seus próprios parceiros. O estupro doméstico é aquele ato sexual onde a mulher não quer manter aquela relação com o seu marido, com o seu namorado, com o seu ficante, com o seu parceiro, seja ele quem for. No entanto, ele a força mantém essa relação. Essa mulher está vindo para delegacia, está denunciando, nós estamos apurando e esse fato é enquadrado como estupro”, disse.
“É bom que sirva de alerta para os homens, para que tenham essa compreensão, para que eles tenham esse entendimento, de que esse ato sexual não consentido pela sua parceira é enquadrado como crime de estupro, que é um crime de uma pena considerável”, avisou.
Sobre os estupros que acontecem fora das residências, Edileuza relatou que a polícia está em campo com o objetivo de colocar os acusados na cadeia. Existem algumas autorias definidas e inquéritos já concluídos.
A delegada pontuou também que outro índice que aumentou foi referente a medida protetiva. Em 2018, foram 489 registros e, em 2019, o número subiu 607. Na opinião dela, essa realidade também demonstra que a mulher está tendo mais confiança em denunciar os ex-companheiros. “A mulher está se encorajando, porque infelizmente temos visto que a violência tem aumentado. Não só em números, mas também nos requintes de crueldade”, avaliou.
“A mulher, diante dessa realidade, tem se encorajado, tem vindo à Deam e tido uma resposta positiva. Por isso, nós vemos o acréscimo no número de medidas protetivas. Porque elas são deferidas rapidamente pelo Judiciário. Isso deixa a mulher em uma situação muito mais confortável. E também pela nossa atuação, visto que, após o deferimento da medida protetiva, desobedecendo essa medida, esse autor vai ser preso”, ressaltou.
“Nós vemos que os autores também recuam, porque a resposta está sendo dada e eles estão sendo punidos. A vítima tem a sua resposta, tem o processo, que dá para ela esse acolhimento e segurança. Nós temos o plantão 24h, diuturnamente atendendo essas vítimas”, disse a delegada.