As suspeitas contidas no relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) não são a única “mancha” no currículo do ex-assessor de Flávio Bolsonaro, Fabrício Queiroz. Uma apuração da revista Veja revela mortes, agressão à mulher e, ao menos nos últimos quinze anos, fortes vínculos com o chefe de milícia mais procurado do Rio de Janeiro, Adriano da Nóbrega.
A reportagem descobriu, ainda, mais de vinte boletins de ocorrência e uma dezena de inquéritos que envolvem Queiroz. Boa parte das investigações segue sem conclusão até hoje.
Queiroz foi recruta do então militar Jair Bolsonaro na Brigada de Infantaria Paraquedista, em 1984. Três anos depois, já fora do Exército, Queiroz entraria para a Polícia Militar e passaria por postos diversos até ser lotado, em 1994, no 18º Batalhão da PM, em Jacarepaguá, Zona Oeste carioca. Foi no 18º que Queiroz teve o nome atrelado a pelo menos duas mortes violentas, sendo uma delas em parceria com o então tenente Adriano da Nóbrega.
Em 2008, a esposa de Queiroz, Márcia Aguiar, foi à Delegacia da Mulher de Jacarepaguá relatar ter sido vítima de “vários socos na cabeça, costela e braços” desferidos pelo marido. Solicitou uma ordem restritiva para mantê-lo longe dela e contou ter sido agredida outras vezes. No entanto, ela acabou desistindo da medida restritiva, abriu mão de fazer o exame de corpo de delito, e em setembro de 2010 o caso foi arquivado. (Metro 1)