O apresentador da Luciano Huck, da Globo, foi ao Twitter no início da noite desta terça-feira (18) para comentar o novo insulto do presidente Jair Bolsonaro contra a jornalista Patrícia Campos Mello, da Folha de S. Paulo.
“Tenho evitado comentar declarações públicas de quem quer q seja. Seja pq torço pelo Brasil, seja pq não quero alimentar fofocas e intrigas. Mas as fronteiras da decência foram ultrapassadas hj. Triste e revoltante ao mesmo tempo”, escreveu o apresentador, que é tido como possível candidato à presidência da República em 2022.
“Respeito é a base de qualquer sociedade e pilar da democracia. Atiçar a violência contra a mulher e atacar o jornalismo independente são desserviços monstruosos. Meu apoio à mulher e jornalista”, completou Huck.
Pela manhã, Bolsonaro fez ilações sobre uma suposta ligação da repórter da Folha, Patrícia Campos Mello, “com o PT”, e ironizou as fake news propagadas pela milícia virtual sobre o depoimento do ex-funcionário da Yacows, Hans River.
“Ela queria dar o furo a qualquer preço contra mim”, ironizou Bolsonaro, provocando risos em apoiadores que acompanharam a entrevista.
Em depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) das Fake News na última semana, Hans River disse que a jornalista da Folha teria oferecido sexo em troca de informações sobre a rede de fake news que atuou em prol de Bolsonaro durante as eleições de 2018.
Impeachment
O ataque de Bolsonaro contra a jornalista Patrícia Campos Mello abriu brecha para que começasse a se aventar a possibilidade de um impedimento do presidente. O termo “impeachment” chegou, na tarde desta terça-feira (18), à lista dos assuntos mais comentados do Twitter.
De acordo com informações do Brasil 247, deputadas e senadoras do Congresso Nacional estão reunidas na tarde desta terça-feira discutindo o pedido de impeachment de Bolsonaro, que será protocolado nos próximos dias e entregue ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
O jurista Miguel Reale Jr, por sua vez, afirmou à revista Veja que Bolsonaro cometeu crime de responsabilidade ao proferir a ofensa à jornalista. Na opinião de Reale Jr., que foi um dos autores do pedido que levou a saída de Dilma Rousseff (PT), em 2015, do cargo, a forma como Bolsonaro se referiu à repórter Patrícia Campos Mello fere o decoro presidencial e permite que um processo de impeachment seja aberto contra ele. (Fórum)