Nesta terça, a Justiça Federal vai colher o depoimento do ex-ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República Gilberto Carvalho na Operação Zelotes. Ele foi listado como testemunha do lobista Alexandre Paes dos Santos, investigado por participar de um esquema de venda de medidas provisórias em benefício do setor automotivo.
Carvalho será questionado pelos investigadores sobre o balcão de negócios montado no governo do PT para faturar com a edição de medidas provisórias ao gosto do freguês.
Em 2016, VEJA entrevistou o servidor Luiz Alberto dos Santos sobre o tema. Ele atuou por mais de onze anos, entre janeiro de 2003 e julho de 2014, como subchefe da Casa Civil, assessorando todos os ministros da Casa Civil petista. O setor era uma festa.
“No governo do presidente Lula, e depois também no da presidente Dilma, tornou-se muito comum o ministro levar a medida provisória e despachar diretamente com o presidente. Saía do gabinete já com o sinal verde. No mesmo dia, à noite, chegava a proposta de MP, às vezes pelo e-mail, com a seguinte orientação: ‘Olha, tem que sair amanhã’. Isso é absolutamente equivocado. Enfraquece a própria lógica da análise de mérito da matéria, uma das atribuições da Casa Civil”, disse Santos. (Veja)