Governo desiste de injetar dinheiro na Eletrobras e abre caminho para privatização

Foto : Marcello Casal Jr / Agência Brasil

O governo de Jair Bolsonaro não vai mais pôr em prática a estratégia de injetar R$ 3,5 bilhões na Eletrobras para tornar a estatal mais atraente para investidores privados. Em vez disso, o plano é fazer corpo a corpo com parlamentares, em uma ofensiva para obter apoio ao projeto de lei que abrirá caminho para a privatização da elétrica.

De acordo com a Folha, nas últimas semanas, o ministro das Minas e Energia, Bento Albuquerque, fez reuniões com partidos como PSL, Novo, DEM, PP, PL e MDB, a fim de apresentar a nova proposta de aumento de capital da estatal, que deve ser enviada ao Congresso via projeto de lei. 

Assim como os Correios, a Eletrobras não pode ser vendida sem aval parlamentar. Em abril, o governo editou uma medida provisória que possibilitaria a injeção dos R$ 3,5 bilhões alocados no orçamento para a capitalização da elétrica, uma forma de fazer com que a União tivesse participação no capital. 

A MP buscava ressarcir a estatal por despesas com combustíveis que tivessem sido feitas pelas distribuidoras de energia e que não tenham sido reembolsadas por tarifas nem fundos do setor elétrico. Sem a medida, a estatal terá que assumir dívidas das subsidiárias, o que faz com que ela seja menos interessante aos olhos de potenciais investidores.

Segundo Albuquerque, o governo não vai injetar capital na estatal. O plano de privatização deve passar pela diluição da participação acionária da União na Eletrobras. A expectativa é que R$ 18 bilhões sejam levantados com a venda da elétrica.

(Metro1)

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