A tributação dos super-ricos é vista como uma medida crucial para reduzir a desigualdade social e combater a fome nos países mais pobres, segundo ministros do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Durante o encontro preparatório do G20 Social, realizado nesta terça-feira (20) no Rio de Janeiro, o tema foi amplamente discutido como uma prioridade nas agendas internacionais.
Ministros como Wellington Dias (Desenvolvimento e Assistência Social), Marina Silva (Meio Ambiente) e Márcio Macêdo (Secretaria-Geral da Presidência) participaram do evento ao lado de representantes de movimentos sociais. Eles reforçaram a necessidade de uma tributação mais justa que incida sobre as maiores fortunas, destacando que essa é a principal pauta que antecede a cúpula dos chefes de Estado do G20, marcada para novembro.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, celebrou a inclusão da proposta de tributação dos super-ricos no comunicado oficial do G20, considerando a aprovação de uma declaração sobre tributação internacional como uma “conquista moral”. Marina Silva, ao citar Haddad durante o encontro, enfatizou que essa tributação é “fundamental” para enfrentar a pobreza global.
“A população mundial soma 8 bilhões de pessoas, mas cerca de 3.000 indivíduos possuem riquezas equivalentes ao orçamento do Brasil multiplicadas por 14 vezes. Por isso, o ministro Haddad liderou ao G20 a questão da tributação dos super-ricos. Nada mais justo”, afirmou Marina.
Márcio Macêdo, secretário-geral da Presidência e coordenador do G20 Social, destacou que a proposta de tributar os mais ricos tem sido dominada como discussão nos grupos de engajamento do G20. Ele citou dados alarmantes: “Apenas 1% da população mundial controla recursos que poderiam alimentar 350 milhões de famílias no mundo. Esse é um ponto central nas discussões.”
Wellington Dias, ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, acrescentou que o governo brasileiro está dialogando com países da Ásia, União Africana, Liga Árabe e União Europeia sobre a necessidade de uma contribuição maior dos países ricos para ajudar no desenvolvimento global. “Queremos que as nações mais ricas contribuam com os países em desenvolvimento para garantir, até 2030, a redução da fome e da pobreza”, disse Dias.