O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vê tendência de queda no preço dos alimentos e espera repasse para consumidores até abril.
No caso do arroz, produto cuja produção foi fortemente atingida pelas enchentes no Rio Grande do Sul, a expectativa é que a redução no preço ocorra já nas próximas semanas. A avaliação foi feita pelos ministros Carlos Fávaro (Agricultura) e Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário) a jornalistas no Palácio do Planalto após reunião com Lula para tratar da alta nos preços. “O que determina que esse aumento ocorreu em função de questões climáticas que foram muito importantes no Brasil. Todo mundo assistiu o excesso, a alta temperatura no Centro-Oeste, as chuvas ocorridas no Sul do Brasil. Enfim, foi um aumento sazonal que a tendência agora é diminuir”, disse Teixeira. “Quero ressaltar bem isso, porque se uma dona de casa vai no supermercado, parece que o arroz ainda não baixou. A gente espera que, se o preço ao produtor baixou 20%, a gente espera que os atacadistas comecem a baixar o preço também”, afirmou Fávaro. Segundo o ministro da Agricultura, o preço da saca de arroz já reduziu de R$ 120 a R$ 100. “De março para abril [deve chegar redução no preço ao consumidor]. Já começou a cair. Então, na medida que o atacadista começa a repor seus estoques, comprando mais barato, é óbvio que ele forma preço mais barato e vai chegar na gôndola do supermercado”. Dados do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) de fevereiro mostram que a inflação da alimentação no domicílio variou 1,12%. Em janeiro, a alta havia sido de 1,81%, a maior para o primeiro mês em oito anos, desde 2016.
À época, a variação dos preços havia sido de 2,89%. Além da tendência de redução no preço dos alimentos, o governo disse ainda que terá uma estratégia específica no Plano Safra 2024-2025 para direcionar o crescimento da produção de arroz, feijão, trigo e mandioca. “São medidas estratégicas, não só crédito, mas como também o governo lançar contratos de opções. Olha, o preço mínimo é tanto, eu lanço um contrato de opção aqui, se o preço cair abaixo, já que nós temos a Política Nacional de Garantia do Preço Mínimo como obrigatória, que usamos isso de forma estratégica”, disse Fávaro.
O presidente Lula deve ter, na próxima semana, uma confraternização com representantes de cinco setores do agronegócio: pecuária, fruticultura, celulose, algodão e café. O encontro foi solicitado pelos empresários. “O setor de carnes ficou muito feliz com os anúncios dessa semana. Todas as carnes, bovinos, suínos e aves. Falaram para o presidente que querem fazer um churrasco, convidar pessoas para comemorar esse bom momento”, disse, sem mencionar empresários que poderiam participar.