Com sintomas iniciais como febre, dor no corpo, de cabeça e cansaço, a leptospirose pode ser confundida com uma virose ou dengue. A confusão arriscada foi um alerta feito pelo infectologista Claudilson Bastos. Com 47 notificações na Bahia somente em 2019, segundo dados da Secretaria de Saúde do Estado (Sesab), a doença infecciosa é causada pela bactéria Leptospira, e, se não tratada, pode ter consequências graves. Nesta semana, a morte do instrutor do FitDance Cleidson Salustiano dos Santos, após contrair a doença, acabou alertando a população. Ele tinha apenas 37 anos.
A transmissão da doença ocorre pelo contato de pessoas com a urina dos animais infectados ou pela exposição a água contaminada pela bactéria. A Leptospira pode se hospedar em animais de diferentes espécies, como ratos, porcos e até cães, segundo o infectologista. O médico pontou ainda que, quando agravada, “a leptospirose pode comprometer a vida do paciente, pois pode afetar os rins, fígado e até o cérebro”. O diagnóstico da doença é feito através de um exame de sangue e de sorologia. E o tratamento, feito através de antibióticos, dura no mínimo sete dias. Nos casos mais graves, há necessidade de internação.
Desde 2015 a Bahia contabilizou 1.062 notificações relacionadas a leptospirose, entre casos confirmados, descartados e inconclusivos, segundo dados da Sesab. O total de casos confirmados neste período foi de 333. Mas o número de casos da doença pode ser reduzido de uma forma relativamente simples. Bastos destacou a necessidade de colaboração da população, e não só do poder público, para evitar a contaminaçao. Segundo ele, a falta de educação das pessoas, ao descartarem lixo de modo irregular, contribui para a disseminação da leptospirose.
Nesse período do ano, em que o volume de chuva aumenta, a atenção das pessoas também deve aumentar. O infectologista ressaltou a importância de evitar contato com água contaminada. Bastos disse ainda que apesar de mais comum em localidades saneamento básico precário, o correto é que, em casos de chuva, as pessoas evitem contato com áreas alagadas.
por Jade Coelho / Bahia Notícias