Inverno acende alerta para aumento de doenças transmitidas pelo Aedes aegypti

Foto: Divulgação

O inverno teve início na última segunda-feira, 21, com a chegada da estação mais fria e chuvosa do ano, outra preocupação de saúde pública aumenta em diversas regiões: a proliferação do mosquito Aedes aegypti e das doenças associadas a ele, como a dengue, zika e chikungunya, além de outras arboviroses urbanas.

Com o centro das atenções voltado para a pandemia do coronavírus, a população precisa também se prevenir do mosquito e atentar para a diferenciação das patologias, já que sintomas como febre, dor ao redor dos olhos, dor muscular, articular e de cabeça, enjoo e vômito são comuns na maioria.

O infectologista Claudilson Bastos, do serviço de imunização do Sabin em Salvador, alerta que é sempre importante buscar uma avaliação médica, para um diagnóstico preciso, considerando a questão epidemiológica além dos sinais e sintomas.

“Por exemplo, se o paciente trabalha em borracharia, se os pneus acumularam água durante a chuva e por quanto tempo ficou exposto ao ambiente. Sabemos que ali pode ter larvas do mosquito Aedes aegypti. Também se a pessoa trabalha com jardinagem e, então, pode ter acúmulo de água nos vasos”, relata o especialista.

Atenção redobrada

Preocupada com a suspeita de Covid-19, a estudante de publicidade e operadora de call center Rafaela Mendes, de 25 anos, foi à emergência médica no começo de junho depois de ter os sintomas gripais e fortes dores no corpo. 

“No primeiro momento, a médica me disse que eu estava com ‘corona’. Três dias depois, as dores ficaram piores e eu retornei, fiz o exame de Covid e o resultado deu negativo. Só então fui diagnosticada com chikungunya e sinto as dores até hoje”, relata.

A dúvida entre os diagnósticos não é um caso isolado. Tina Barbosa, de 63 anos, é moradora de Stella Maris e passou por uma situação semelhante. Ela foi acometida com chikungunya em janeiro deste ano e somente teve a confirmação da doença após o descarte do coronavírus com exame RT-PCR.

“O primeiro medo é de ter coronavírus, mas essa doença também é horrível, até hoje sinto os reflexos dela, pois tenho fortes dores nas articulações em diversos momentos”, diz a aposentada.

Segundo dados do boletim epidemiológico de arboviroses urbanas da Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab), de janeiro a maio deste ano foram notificados no estado 19.090 casos suspeitos de dengue, 5.153 de chikungunya e 352 casos prováveis de zika.

Os casos de dengue apresentaram redução de 64,4% em comparação com o mesmo período do ano passado, uma vez que, nos primeiros meses de 2020, a Bahia registrou 45.273 casos prováveis. (A Tarde)

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