O juiz Renan Chaves Machado, da 26ª Zona Eleitoral de Minas Gerais, negou nesta sexta-feira (28) pedido da defesa e manteve presos o assessor especial e dois ex-auxiliares do ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio.
Os três foram detidos na quinta-feira (27) pela Polícia Federal em decorrência das investigações sobre as candidaturas laranjas do PSL de Minas Gerais. O caso está sob segredo de Justiça.
As prisões temporárias têm prazo de cinco dias, mas podem ser renovadas. As autoridades podem também, a depender dos depoimentos e do material colhido na busca e apreensão autorizada pela Justiça, solicitar a prisão preventiva dos suspeitos -não havendo prazo de encarceramento, nesse caso.
Estão presos Marcelo Von Rondon, assessor especial e braço direito de Álvaro Antônio, Roberto Soares e Haissander de Paula, ex-assessores e que coordenaram a campanha do político no Vale do Aço de Minas.
A investigação sobre as candidaturas laranjas do PSL começaram após revelação da Folha, que mostrou em fevereiro o direcionamento de R$ 279 mil em verbas públicas do PSL para quatro candidatas do partido em Minas que tiveram, juntas, apenas cerca de 2.000 votos -um claro indicativo de que não houve campanha real. Parte do dinheiro foi parar em empresas de Von Rondon e ligadas a Roberto Soares.
A suspeita é a de que as quatro candidatas tenham sido usadas para desvio de dinheiro público eleitoral. Na época, Álvaro Antônio era o comandante do PSL em Minas.
O presidente Jair Bolsonaro, que é do PSL, afirmou durante viagem ao Japão que determinou ao ministro Sergio Moro (Justiça) a investigação de candidaturas laranjas em outros partidos. E que irá discutir com Moro a situação de Álvaro Antonio na segunda-feira.
O ministro do Turismo sempre negou participação em irregularidades. A defesa de Von Rondon disse que ele já prestou os esclarecimentos necessários e diz ver com estranheza as prisões. Roberto Soares e Haissander de Paula também sempre negaram ter promovido esquema de candidaturas laranjas. (BN)