O barbeiro Paulo Sérgio Ferreira de Santana, acusado de matar o mestre de capoeira Moa do Katendê a facadas, em Salvador, teve o júri popular, que estava marcado para 11 de setembro, adiado para 21 de novembro deste ano. A informação foi divulgada pelo Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), na manhã desta terça-feira (27).
De acordo com o TJ, a decisão foi da juíza Gelzi Maria Almeida Souza. Os defensores públicos em atuação e substituição que farão parte da sessão não estavam disponíveis para a data.
O órgão já havia divulgado, no mês de abril, que Paulo Sérgio iria à júri popular. Em junho deste ano, foi definido a data para setembro deste ano.
O suspeito virou réu após a Justiça da Bahia aceitar a denúncia do Ministério Público Estadual (MP-BA), no dia 22 de outubro de 2018.
Pela morte de Moa, Paulo Sérgio Ferreira de Santana é acusado de homicídio duplamente qualificado, por motivo fútil e impossibilidade de defesa da vítima. Já por ferir o primo da vítima, Germino do Amor Divino Pereira, de 51 anos, que tentou defender o capoeirista das agressões, o barbeiro responde por tentativa de homicídio duplamente qualificado.
Caso
O crime ocorreu na madrugada de 8 de outubro do ano passado, horas após a votação do primeiro turno das eleições. As vítimas e o suspeito estavam em um bar, no Engenho Velho de Brotas. A investigação da Polícia Civil concluiu que Paulo e Moa brigaram por divergências políticas.
Segundo a polícia, o capoeirista, de 63 anos, teria criticado o então candidato à presidência Jair Bolsonaro (PSL), gerando o desentendimento com o suspeito. Os dois discutiram em voz alta e “agrediram-se mutuamente de forma verbal”, conforme o MP.
Em seguida, ainda segundo o órgão, Paulo Sérgio saiu do estabelecimento em direção à casa dele, onde pegou uma faca tipo peixeira e retornou ao bar para agredir Moa do Katendê. A vítima foi atingida por 13 facadas. Conforme o MP, a maior parte dos ferimentos foi no pescoço e no tórax do capoeirista.
Em depoimento, no entanto, Paulo Sérgio negou que o crime tenha sido motivado por política. A versão, contudo, é contestada pela polícia, que diz que testemunhas confirmam que a divergência política deu origem à discussão.
Paulo Sérgio está preso desde o dia do crime. Ele foi autuado em flagrante, mas, no dia 9 de outubro, o homem passou por audiência de custódia e teve prisão preventiva decretada pela Justiça. O suspeito está Complexo Penitenciário da Mata Escura, na capital baiana. (G1/Ba)