A 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro decidiu absolver, em segunda instância, o pastor Felipe Heiderich da acusação de abuso sexual contra o enteado, filho de sua ex-mulher, Bianca Toledo. A acusação veio à tona em 2016, quando o menino tinha cinco anos de idade (relembre aqui).
Heiderich já havia sido absolvido em primeira instância, com manifestação favorável a ele por parte do Ministério Público. Agora, a decisão em segundo grau foi tomada de maneira unânime pelos desembargadores contra os recursos da acusação, feita pelos advogados de Bianca Toledo.
Ao longo desse período, Felipe Heiderich chegou a ser preso de maneira temporária por cinco dias a pedido da delegada que investigava as acusações feitas por Bianca Toledo. Depois de solto, o pastor passou a se defender das acusações e sempre negou ter cometido abuso contra o menino e também as insinuações de ausência de libido.
“É um sonho isso acabar. O que eu mais ouvia de pessoas que me amavam era que a minha vida tinha acabado. Eu ouvia que, por mais que eu provasse a minha inocência, ninguém nunca ia acreditar, pois o massacre foi tão grande, foi milimetricamente armado que acabou com tudo”, afirmou Felipe Heiderich em entrevista ao portal Uol.
O pastor acrescentou que apesar da absolvição, ainda lida com danos decorrentes do episódio: “Eu fui jogado em um hospício, fui para a cadeia, fui preso sem laudo, sem nada. Eu não pude voltar na minha casa para pegar nada. Fui jogado no meio de todo mundo. Foi um estrago absurdo. Não só físico, mas também emocional”, pontuou.
Agora, ele e seu advogado já movem um processo contra Bianca Toledo, e a acusam de calúnia, difamação, injúria, denunciação caluniosa, sequestro e cárcere privado. Em separado, o advogado Leandro Meuser afirmou que moverá uma nova ação após sofrer acusação de pedofilia por parte da ex-mulher de seu cliente: “A Bianca chegou a dizer que eu sou envolvido em crime de pedofilia. Eu tenho um filho de três anos. Também estou preparando uma ação contra ela”, disse.
Meuser declarou que acredita que a defesa de Felipe Heiderich esteja concluída: “Considero como praticamente nula a chance de reversão neste caso. Foi uma decisão unânime. Não há provas que indiquem o crime. A defesa pode até recorrer ao tribunal superior, mas nem vejo essa possibilidade. Não há mais o que se discutir”, disse o advogado.
Heiderich disse que ainda vive de doações de amigos, indicando que os bens que tinha do casamento com Bianca Toledo — dois carros, dois apartamentos, joias, obras de artes e ações — teriam sido vendidos pela ex-mulher, causando um prejuízo estimado em milhões de reais. Em uma ação que corre no Juizado da Família, houve a decisão pela divisão dos bens, mas o pastor afirmou que Bianca alegou não possui-los mais.
Desde a acusação de abuso sexual contra o enteado, Felipe Heiderich diz ter perdido 25 kg, sofrido com atrofia muscular na face e ainda sofre de transtorno de estresse pós-traumático, o que o obriga a uma terapia constante com psicólogos e fisioterapeutas.
De seu lado, Bianca afirmou que ainda mora no apartamento que vivia com Felipe Heiderich e rebateu a alegação do ex-marido de que teria sido inocentado: “A Justiça negou o recurso, onde ele solicitava que fosse reconhecido como inocente. A Justiça não concedeu isso a ele. Foi dado a ele o in dubio pro réu. Preferiram absolvê-lo por insuficiência de provas. Foi isso que ocorreu”, disse a cantora.
“Não existe processo dele contra mim. Até hoje não recebi nada da Justiça. A verdade é que meus funcionários o encontraram em casa, até uma carta ele escreveu antes de ser internado. Os bombeiros foram acionados, existem laudos apontando isso. A mãe dele foi avisada sobre o caso”, acrescentou, reiterando a versão apresentada ao público logo que a polêmica veio à tona.
Sobre os bens, disse que não construiu patrimônio com o ex-marido: ”Foi imóvel financiado em 60 meses, onde ele morou comigo e, mesmo assim, ele só teria direito a uma parte pequena dele. Os bens eram meus, tive herança de família e ele não tem direito. Ele inclusive se beneficia de doações contando essa história de que ficou sem nada”, acusou.
Gospel + / Tiago Chagas