Justiça de Pernambuco manda bloquear R$ 46 milhões de patrocinadora do Bahia

Entretanto, a justiça de Pernambuco fez o contrário do que o documento dizia e pediu o bloqueio da conta.

A justiça do estado de Pernambuco atendeu ao pedido da Polícia Civil e determinou o bloqueio de 6,5 milhões de libras esterlinas (R$ 46 milhões) que foram encontradas em uma conta associada à Esportes da Sorte, patrocinadora do Bahia, na Ilha de Man, um paraíso fiscal que fica localizado entre Inglaterra e Irlanda do Norte. A notícia foi publicada inicialmente pela reportagem da Folha de São Paulo.

Nesta conta, a bet que é a principal patrocinadora do Bahia, teria movimentado o equivalente a 485 milhões de euros (R$ 2,9 bilhões), sendo 10 mil libras esterlinas (R$ 73 mil) em uma transferência a conta ligada ao cantor Gusttavo Lima nas Ilhas Cayman, outro paraíso fiscal. O relatório da polícia cita o repasse, mas não o relaciona a indícios de irregularidades.

Nos últimos 12 meses, essas contas receberam 100 milhões de libras esterlinas (aproximadamente R$ 730 milhões), sendo que 8% desse montante foi transferido por meio de prestadores de serviços de pagamento.

Em documento divulgado na segunda-feira (26), o Ministério Público de Pernambuco (MP-PE), disse que inexistem elementos que demonstrem que os valores são provenientes de infração penal.

“Não existem elementos que demonstrem que os valores das operações suspeitas são provenientes de infração penal, e em razão da absoluta inexistência de correlação dessas movimentações com o investigado Darwin Henrique da Silva Filho, possível contraventor do jogo do bicho, e suas empresas”, diz trecho do documento.

Entretanto, a justiça de Pernambuco fez o contrário do que o documento dizia e pediu o bloqueio da conta.

“As evidências indicam que os valores no montante de 6,3 milhões de libras esterlinas estão associados a atividades ilícitas, provavelmente relacionadas a jogos ilegais e lavagem de dinheiro no Brasil”.

O dinheiro foi encontrado pela polícia em contas da HSF Gaming, operadora da marca Esportes da Sorte, no Capital International Bank Limited, na Ilha de Man. Darwin Filho, CEO da Esportes da Sorte, é, segundo a denúncia da polícia, o “beneficiário final” do recurso.

A acusação aponta que a Esportes da Sorte processa apostas por meio de quatro intermediários de pagamento, que receberam R$ 15 bilhões entre 2009 e setembro de 2024. Contudo, o documento não especifica se esse valor corresponde apenas aos depósitos que tiveram como beneficiário o grupo Esportes da Sorte.

Ao justificar o pedido de bloqueio, a polícia mencionou que a Justiça havia determinado a apreensão de R$ 600 milhões dos investigados, mas que os valores encontrados até o momento, incluindo os R$ 46 milhões em Man, “não se aproximam nem de longe” do montante bloqueado.

O Bahia tem contrato com a Esportes da Sorte até o fim de 2025. Além do Tricolor, a empresa patrocina o Corinthians e o Ceará.

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