Depois de um ano longe da avenida, Lorena Improta está de volta. A ex-bailarina do Faustão será musa da Viradouro, segunda escola a desfilar amanhã pelo Grupo Especial do Rio. Ela já havia ocupado o mesmo posto em 2018, quando a agremiação venceu a Série A e retornou para a elite do Carnaval.
“Em 2018 deu tudo muito certo, acabei virando parte da família. Ano passado queria muito ter feito parte do desfile, mas estava com uma demanda muito grande do meu projeto infantil em Salvador e não consegui, mas fiquei feliz em poder voltar”, diz Lore em entrevista ao Uol.
Este ano, a Viradouro terá como samba-enredo “Viradouro de Alma Lavada”, em que homenageará as mulheres que lutaram para construir o Brasil, em especial as Ganhadeiras de Itapuã, grupo musical que surgiu dos cantos, danças e crenças das lavadeiras do litoral da Bahia. “Esse enredo é tão lindo e significativo para mim. Acho que é o momento perfeito, estou ansiosa para contar um pouco da história da minha Bahia na avenida”, comemora a soteropolitana.
Fantasia de R$ 40 mil e humildade no samba
Apesar de ser dançarina profissional, Lorena é modesta se tem ou não samba no pé. Ela confessa que teve que provar que tinha o gingado necessário para ser musa da escola e sempre pega dicas com as outras integrantes da Viradouro.
“Vou ser sincera, não consigo sambar como as outras integrantes da comunidade [risos]. As sambistas mirins e as demais têm me dado alguns toques a cada novo ensaio de quadra que fazemos, aprendo muito com elas. Mas está tudo certo também, o que mais importa é que estou colocando o meu coração mesmo a cada dia e na avenida não vai ser diferente. Vamos fazer a Sapucaí tremer!”, promete.
Lore faz mistério de como será sua fantasia para o dia do desfile. “Posso adiantar que ela terá muito brilho e é mais ousada, vai ser um biquíni. O valor dela é de mais ou menos R$ 40 mil. Não sabemos ao certo”, limita-se a dizer.
Rótulos, machismo e assédio
Símbolo de beleza, Lorena não se incomoda com este rótulo, mas faz questão de deixar claro que não é só um rostinho bonito e que a sociedade ainda é muito machista.
“É uma luta que muitas mulheres batalham, porque a sociedade ainda acredita que uma mulher considerada bonita e dentro do padrão não pode ter inteligência, força e capacidade. Além de sermos muito objetificadas, também nos colocam constantemente em nichos sociais que nos limitam muito. Eu amo malhar por uma questão de saúde mental e qualidade de vida, o exercício físico me faz bem e, é claro, gosto dos resultados disso, mas isso não me torna menos inteligente”, declara.
A dançarina sabe que o assédio sexual, infelizmente, ainda existe em todos os meios, mas aumenta no Carnaval, apesar de nunca ter sofrido.
“É importante que todos entendam que não é não, é importante que a mulher também não tenha medo de falar e se impor, caso em algum momento se sinta assediada. É essencial uma mulher proteger a outra. Os blocos de rua, trios elétricos e desfiles geram multidões e é cada vez mais difícil enxergar o agressor. Por isso, se uma mulher ver que a outra está sofrendo assédio, ajude, estenda a mão. Vamos nos proteger e ter um Carnaval alegre e tranquilo. Quanto mais vezes falarmos e nos expressarmos, menos isso vai acontecer”, ensina.
Vida de solteira e exposição na mídia
Lorena acabou em maio do ano passado o relacionamento ioiô com Leo Santana. Depois de boatos de uma possível reconciliação – e novo término em dezembro, segundo o colunista Léo Dias –, os fãs ainda têm esperanças do ex-casal ficar junto.
“Eu entendo o carinho dos fãs e esse cuidado que eles têm com a minha felicidade, mas por enquanto estou feliz solteira e com uma agenda cheia de trabalhos. Esse é o meu foco no momento”, garante.
Ela não se importa com essa exposição da vida pessoal na mídia e sabe que faz parte, por ser uma pessoa famosa.
“Entendo a curiosidade que as pessoas possuem e que na minha profissão existe esse detalhe, que é exposição, então sou muito consciente disso. Só não gosto quando inventam mentiras. De uma forma geral, lido tranquilamente, fico grata pelas pessoas quererem tanto o meu bem, mas estabeleço limites também. É importante. O que não me sinto pronta para falar, não falo”, explica.
Thaís Sant’Anna /Colaboração para o UOL