O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que, até hoje, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) não aceita a derrota. No mesmo dia em que vieram a público depoimentos que incriminam o antecessor, o petista também afirmou que a democracia ainda corre risco.
“É aqui o Bolsonaro, que eu não queria falar o nome dele, mas é negação. Até hoje ele não reconhece a derrota dele”, avaliou Lula durante anúncio de ações e investimentos do governo federal para o Rio Grande do Sul, nesta sexta-feira, 15.
“Quando eu olho, aos meus 78 anos de idade, jovem, bonito, olho para o mundo, vejo a democracia correndo risco”, disse. “A gente não tem que brigar contra um governador ou um presidente, tem que brigar contra um pensamento, um pensamento perverso, malvado.”
Nesta sexta-feira, 15, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, tirou o sigilo dos depoimentos colhidos no inquérito sobre uma suposta tentativa de golpe por Bolsonaro e auxiliares próximos, incluindo militares do alto escalão durante governo dele.
Durante evento, Lula disse que quem se mostra contra o sistema é o presidente da Argentina, Javier Milei. Em sua avaliação, ao citar Milei e Bolsonaro, a democracia corre risco. “Quem é contra o sistema hoje, que critica tudo, é o Milei, até o Banco Central quer fechar, quer cortar tudo com um serrote”.
O presidente também cobrou respeito ao jogador Vinicius Júnior. Nesta quarta-feira, 13, torcedores do Atlético de Madrid chamaram o atleta de “chimpanzé” antes do confronto com o Inter de Milão, pela Champions League. “Esses fanáticos, esses doentes, eles têm que perceber que quando eles veem uma pessoa negra, não é uma pessoa negra, é um ser humano. O ser humano que tá ali, independente da cor da pessoa, independente se é branco, se é verde ou se é amarelo, é um ser humano”, comentou.
Sofia Aguiar/Rafaela Ferreira/Estadão