O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou nesta quarta-feira, 18, que conversará com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, sobre como lidar com a extrema direita, após os ataques contra as sedes dos Três Poderes, em Brasília.
“A democracia é a única possibilidade de construirmos uma nação forte. Por isso vou conversar com o Biden, para ver como ele está lidando” com a extrema direita, escreveu Lula no Twitter.
Biden convidou Lula para uma visita oficial à Casa Branca “no início de fevereiro”, após oferecer ao petista o apoio dos Estados unidos, depois que milhares de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro invadiram e depredaram o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF), em 8 de janeiro.
Os atos violentos protagonizados por bolsonaristas radicais, que Lula chama de “fascistas”, tiveram grande semelhança com os ataques ao Capitólio americano de 6 de janeiro de 2021 por apoiadores do então presidente Donald Trump, um aliado de Bolsonaro.
“Eu vou lá e vou confirmar com Biden e quero saber como ele está lidando, porque pela imprensa que eu leio, me parece que o pessoal dos republicanos está ficando mais forte, parece que o discurso radical está ficando mais forte e me parece que os democratas estão tendo um pouco de dificuldade, e vão ter eleições em dois anos”, afirmou Lula em entrevista ao canal GloboNews.
Lula, 77 anos, responsabiliza Bolsonaro, derrotado no segundo turno das eleições de outubro, de provocar e estimular os ataques.
Bolsonaro, que viajou para os Estados Unidos antes do fim de seu mandato, nega qualquer conexão com os atos violentos em Brasília, mas é investigado pelas autoridades por suspeita de tê-los instigado.
Lula também pediu a “união do progressismo democrático do mundo para não permitir o ressurgimento do fascismo”.
“A extrema direita existe atualmente no mundo inteiro, na Hungria, Itália, Alemanha, Espanha, Portugal, estão surgindo grupos de extrema direita por todos os lados com diferentes formas de agir”.
“Aqui no Brasil nós ganhamos as eleições, derrotamos o Bolsonaro. Agora o que nós precisamos é derrotar essa narrativa fascista que tem no Brasil. Vamos ter que exigir que as forças democráticas se manifestem, não importa a que partido político a pessoa pertença, em defensa da democracia”, completou. (A Tarde)