Após quase seis anos de distanciamento, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), retomaram o diálogo em um almoço privado no Palácio da Alvorada.
O encontro, ocorrido em setembro e não registrado na agenda oficial, durou cerca de duas horas. Durante a conversa, ambos optaram por deixar de lado episódios passados e concentrar-se no futuro, conforme relato de um interlocutor próximo ao ministro.
A iniciativa partiu de Lula, que expressou, durante um evento no STF após o desfile de 7 de setembro, seu desejo de reaproximação.
Pouco tempo depois, o convite foi formalizado. Para Toffoli, que sempre demonstrou grande admiração pelo presidente, a reunião marcou um momento significativo de reconciliação.
O desgaste na relação começou durante a prisão de Lula, em 2019, quando Toffoli negou o pedido do então ex-presidente para comparecer ao velório de seu irmão, Vavá, alegando preocupações com segurança.
A proximidade de Toffoli com o ex-presidente Jair Bolsonaro também gerou desconforto entre aliados de Lula, especialmente após o ministro sugerir um nome para a Advocacia-Geral da União (AGU) durante a transição de governo.
Apesar disso, Lula decidiu adotar uma postura pragmática. A reaproximação foi facilitada por decisões recentes de Toffoli, como a reversão de condenações ligadas à Operação Lava-Jato, que contribuíram para melhorar o diálogo entre eles.
Além de fortalecer os laços com o ministro, Lula tem buscado estreitar relações com outros integrantes do STF, como Gilmar Mendes e Luís Roberto Barroso.
A reconciliação não apenas resolve tensões pessoais, mas também fortalece o alinhamento institucional entre o Executivo e o Judiciário.