Lula promete R$ 5,5 bi a universidades e pede ‘coragem para acabar a greve’

Uma nova rodada de negociações com técnicos-administrativos está marcada para amanhã (11).

Foto: Reprodução

O Ministério da Educação anunciou hoje o destino de R$ 5,5 bilhões em investimentos do Novo PAC para melhoria de universidades e institutos federais e o presidente Lula (PT) pediu o fim da greve das instituições, que já dura desde abril.

O que aconteceu?

O montante é uma soma de investimentos novos com outros anunciados previamente. Até 2026, serão R$ 3,17 bilhões para melhorias nas universidades, entre obras novas e retomadas; R$ 600 milhões para expansão de 10 novos campi; e R$ 1,75 bilhão para construção e reformas de hospitais universitários.

O anúncio foi feito pelo ministro da Educação, Camilo Santana, em encontro com o presidente e reitores no Planalto. Em sua fala, Lula reconheceu a legitimidade da greve, mas reclamou da duração.

“Se analisarem o conjunto da obra, vão perceber que não há razão para [a greve] durar como está durando (…) Eu sou um dirigente sindical que nasceu no ‘tudo ou nada’. Para, mim era o seguinte: é 100% ou é nada, é 100% ou é nada. Ou é 83% ou é nada, ou é 45% ou é nada. E muitas vezes eu fiquei com nada” disse o presidente Lula.

“Não é por 3%, 2% ou 4% que a gente fica a vida inteira em greve. Vamos ver os outros benefícios. Vocês já têm noção do que foi oferecido? Vocês conhecem o que foi oferecido? Vocês conhecem? Porque no Brasil está cheio de dirigente sindical que é corajoso para decretar uma greve, mas não tem coragem de acabar com a greve” concluiu.

Greve desde abril

Os servidores estão em greve há quase dois meses. Professores e funcionários técnico-administrativos das universidades e institutos federais pleiteiam aumento salarial e reestruturação do plano de carreira.

Márcia Abrahão Moura, reitora da UnB (Universidade de Brasília), fez um apelo a Lula durante o evento. “São trabalhadoras e trabalhadores essenciais para darmos conta de todos os desafios do país e que possuem remunerações muito defasadas, como o senhor bem sabe. Ainda mais quando comparamos com algumas carreiras que tiveram reajuste recentemente. Tem técnicos-administrativos que chegam a ganhar menos do que um salário mínimo”, disse.

Os sindicatos protestaram na frente do Planalto durante o evento. Enquanto o ministro da Educação falava, era possível ouvir os gritos dos servidores na Praça dos Três Poderes. Cerca de 50 pessoas se reuniram pela manhã, com faixas endereçadas aos reitores.

Negociação

Uma nova rodada de negociações com técnicos-administrativos está marcada para amanhã (11). Os docentes pleiteiam aumento salarial de 22%, dividido em três anos (7,06% em cada um, começando em 2024), ao passo que os servidores técnicos-administrativos em educação pedem 117%.

O governo oferece 9% de reajuste para 2025 e 3,5% em 2026, mas sem aumento previsto para este ano. Por ora, a proposta sem reajuste imediato não tem agradado os grevistas.

“O orçamento não é só o custeio, é tudo que entra no MEC”, justificou Camilo, citando o aumento de 9% dado aos professores no ano passado. “Acho que a greve é quando não há mais diálogo, condições de debater, reunir.”

Fonte: UOL

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