A Abin (Agência Brasileira de Inteligência) irá ficar sob responsabilidade da Casa Civil, pasta sob direção do ex-governador da Bahia, Rui Costa (PT), que acumula mais poder político nas estruturas do governo. A decisão foi oficializada pelo presidente Inácio Lula da Silva (PT) nesta quinta-feira (2), em publicação no Diário Oficial da União.
A ideia é retirar a agência das mãos de militares , que marcavam forte presença na agência sob o governo de Jair Bolsonaro (PL). Assim, a Abin, responsável pelas atividades de inteligência e espionagem, deixa de pertencer à estrutura do GSI (Gabinete de Segurança institucional).
O movimento surgiu ainda durante a transição, quando integrantes da equipe de Lula se incomodavam com a composição ideologizada que a pasta passou a ter, sob a gestão de Jair Bolsonaro.
O general Augusto Heleno, aliado de primeira hora do ex-chefe do Executivo, estava à frente do ministério até o ano passado. A desconfiança levou Lula, ainda no primeiro dia após a posse, a editar uma medida tirando a segurança presidencial do GSI.
Apesar de ter começado na transição, o governo julgava que a discussão sobre a mudança na Abin ainda não estava madura para avançar.
De acordo com auxiliares palacianos, o debate ganhou força novamente após 8 de janeiro, quando apoiadores golpistas do ex-presidente tomaram e depredaram a sede dos três Poderes.
A atuação do GSI na ocasião foi alvo de críticas no mundo político e por adversários. Apesar de não responder pela segurança presidencial aproximada, o ministério se ocupa das dependências da Presidência. (ba)