De acordo com uma pesquisa do Hospital das Clínicas da USP (Universidade de São Paulo), 60% dos pacientes que tiveram Covid-19 no ano passado estão em condições de saúde semelhantes, mesmo após um ano da alta hospitalar. As informações são do Estadão.
O estudo acompanha 750 pacientes que ficaram internados no primeiro semestre de 2020 no Hospital das Clínicas da instituição. Eles serão analisados durante quatro anos, mas os resultados preliminares indicam que 30% ainda possuem alterações pulmonares importantes. Além disso, parte também relata sintomas cardiológicos e emocionais ou cognitivos, como perda de memória, insônia, concentração prejudicada, ansiedade e depressão.
A perda do paladar e do olfato, sintomas comuns da covid-19 no período de infecção, também está entre as sequelas de longa duração. Nos dois casos, as sequelas alteraram a rotina anterior à covid.
Outra queixa recorrente é a perda de memória, a sequela foi relatada por 42% dos pacientes durante a pesquisa da USP. De acordo com os relatos ouvidos pelo Estadão, a perda de lapsos de memória é frequente na rotina e acontece a qualquer hora.
A pesquisa do Hospital das Clínicas da USP é realizada com pacientes que se infectaram na chamada primeira onda da pandemia do coronavírus no Brasil.
Segundo o professor Carlos de Carvalho, isso significa que não se sabe quais sequelas as variantes do coronavírus surgidas a partir deste ano, como Delta, em circulação no Brasil, podem deixar a longo prazo, nem se são menos ou mais intensas.
Conforme o pesquisador, novos estudos já se iniciaram no mundo inteiro para observar diferenças entre variantes.