O médico obstetra preso por suspeita de injúria racial em Itabuna, no sul da Bahia, foi liberado depois de pagar fiança de R$ 14.120, o equivalente a 10 salários mínimos. A frase de cunho racita teria sido dita a uma enfermeira que prestava serviço de auditoria para a Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab). A defesa nega crime.
Segundo a denúncia, o médico Luiz Leite afirmou que a enfermeira, que é uma mulher negra, era bonita “por ter sangue branco”.
O obstetra foi encaminhado para o Conjunto Penal de Itabuna depois de ser preso. Ele foi liberado de lá no início da tarde desta sexta, após passar por audiência de custódia, que estipulou a fiança, paga pelo médico.
A defesa diz que o médico apenas fez um elogio para a colega, dizendo que ela era bonita e tinha a pele bonita.
O Conselho Regional de Enfermagem da Bahia (Coren-BA) divulgou nota repudiando o episódio. Em nota, o Coren diz que os profissionais dedicados da enfermagem “merecem respeito e igualdade em seus ambientes de trabalho. Nenhum profissional deve ser submetido a discriminação, seja ela racial ou de qualquer outra natureza”. A enfermeira formalizou uma denúncia contra o médico, que foi preso em flagrante.
“O Coren-BA solidariza-se com a enfermeira, oferecendo apoio neste momento delicado. Estaremos acompanhando o desdobramento do caso”, diz o conselho.
A Sesab diz que a profissional foi orientada a prestar queixa e que recebeu toda a orientação necessária.