Em seis meses, mais do que dobrou o número de especialidades médicas sem atendimento por médicos antes credenciados ao Planserv. A categoria, que já havia interrompido as consultas e cirurgias de oito especialidades em fevereiro, agora já não atende aos pacientes em 18 especialidades. Eles reivindicam renegociação com o governo do estado dos valores das tabelas que regem consultas e procedimentos médicos.
O plano de saúde dos servidores do Estado possui 520 mil usuários. Com a decisão dos médicos, eles não conseguem fazer atendimentos, segundo o sindicato da categoria (Sindimed), de coloproctologia, cirurgia geral, cirurgia do aparelho digestivo, urologia, mastologia, cirurgia vascular, cirurgia pediátrica, cirurgia plástica, cirurgia de ombro e cotovelo, cirurgia de coluna, cirurgia de cabeça e pescoço, cirurgia oncológica, cirurgia de joelho, cirurgia de quadril, hemodinâmica, neurocirurgia, otorrinolaringologia e ginecologia.
A estudante de Psicologia Ingrid Santos, 26 anos, em entrevista ao Jornal Tribuna da Bahia, é uma das pessoas afetadas pelo impasse. Ela, a mãe e o irmão são atendidos pelo Planserv e sentiram o impacto. “Minha mãe fez uma cirurgia invasiva no cérebro há dois anos e precisa de acompanhamento direto com diversos especialistas. Há seis meses nós não conseguimos marcar nenhum médico”, conta a estudante.
Por conta da urgência e gravidade do caso, a família está fazendo atendimento particular. “Já gastamos R$ 5 mil por fora do plano e eles não reembolsam”, lamenta. Quase mensalmente a mãe de Ingrid era atendida por neurocirurgião, cardiologista, nutricionista, endocrinologista e ortopedista. Ela e o irmão também não conseguem marcar consultas.
“O Planserv está com um sistema de cotas muito restrito. Até mesmo nas clínicas que determinam um dia para a marcação de consultas, quando a gente liga, só tem horário disponível para novembro, dezembro, porque o sistema de cotas já foi preenchido”, conta a estudante.